Live do Cimi debateu resistência indígena na cidade
Roda de conversa on-line reuniu lideranças indígenas do Sul e Sudeste; assista
Por Assessoria de Comunicação do Cimi
Debater os desafios de indígenas que vivem em contexto urbano foi o objetivo da roda de conversa on-line que o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) realizou na quinta-feira (1), às 16h, via Facebook e Youtube – com retransmissão por organizações parceiras. O evento contou com a participação de lideranças indígenas, pesquisadores e indigenistas. O debate foifocado nas lutas por direitos sociais, culturais e territoriais nas grandes metrópoles.
De acordo com Roberto Liebgott, coordenador do Cimi Regional Sul, unidade que propôs a atividade, as comunidades indígenas, em quase sua totalidade, nas regiões Sul e Sudeste, são fortemente impactadas pelo avanço da urbanização. “As cidades, as indústrias e outros empreendimentos econômicos vão se estabelecendo nos limites ou até dentro dos territórios indígenas”, pontua Roberto.
“Os indígenas combatem a intolerância e nos ensinam que é preciso avançarmos coletivamente nas relações sociais onde se respeite o outro, os seus modos de ser – suas culturas, crenças, posturas, seus hábitos alimentares, vestimentas e seu modo de andar e de estar nas cidades”
Na avaliação de Roberto, algumas comunidades acabam tendo suas terras reduzidas, chegando-se a completa perda territorial, obrigando as famílias a migrarem para as margens das cidades ou dentro das suas periferias. “A urbanização chega a causar rompimentos dos elos que interligam os modos de ser e de viver das pessoas, que por diferentes fatores – expulsões, remoções, perseguições, ameaças ou pela precariedade assistencial – foram obrigados a viverem nas cidades”, complementa.
O coordenador do Cimi Regional Sul acrescenta que diante das cidades e de seus tentáculos – usinas, prédios, veículos, indústrias, multidões de pessoas, poluição, contaminação, violências – as famílias e comunidades constroem caminhos de luta e resistência. “Os indígenas combatem a intolerância e nos ensinam que é preciso avançarmos coletivamente nas relações sociais onde se respeite o outro, os seus modos de ser – suas culturas, crenças, posturas, seus hábitos alimentares, vestimentas e seu modo de andar e de estar nas cidades”.
CONFIRA quem esteve conosco nesta roda de conversa:
√ Lúcia Gianesini – vice-presidenta do Cimi (mediadora)
√ Lucia Helena Rangel – antropóloga
√ Iracema Gah Te Nascimento – liderança indígena Kaingang, parteira, kuja, moradora da periferia de Porto Alegre
√ Pedro Pankararé – jovem, morador da comunidade Pankararé no bairro do Soberana e Agente de Saúde Indígena em Guarulhos (SP)
√ Ricarda Wapichana – mãe, moradora da periferia de São Paulo. Trabalha com palestras culturais sobre alimentação dos povos indígenas.
√ Angélica Kaingang – mestranda no PPG Política Social e Serviço Social (UFRGS)
√ Joziléia Daniza Kaingang – mestra em Antropologia Social, doutoranda em Antropologia Social e integrante do mandato coletivo Bem viver (Psol) na Câmara de Vereadores de Florianópolis.
Assista aqui: