A captação das águas pelo agronegócio está transformando o rio Formoso (TO) em um verdadeiro banco de areia, prejudicando diretamente comunidades indígenas, ribeirinhas e agricultores familiares que dependem das águas para sobreviver. Expor esta situação e buscar estratégias para salvar o Rio foi o objetivo da roda de conversa on-line do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) realizada nesta quinta-feira (12), às 19h.

A live, organizada pelo Regional Goiás/Tocantins do Cimi, contou com a participação de lideranças indígenas e especialistas multidisciplinares. O debate buscou olhar a questão pela lente dos povos tradicionais, mas também abordar os prejuízos à saúde das comunidades e as consequências socioambientais deste uso particular do bem público, na perspectiva de alertar a sociedade e somar forças para que o direito à água seja garantido.

A luta pela preservação do Rio vem de longa data: em setembro, mais de 50 organizações e movimentos sociais se manifestaram em nota pública exigindo a atuação das autoridades competentes para frear a ação predatória de fazendeiros da região. Clique aqui para saber mais.

A bacia hidrográfica do rio Formoso está situada no sudoeste do Tocantins, abrangendo parte do território de 21 municípios. Importante afluente do rio Javaés, o Formoso apresenta uma área de drenagem de 21.328,57 km², cerca de 7,7% da área total do estado e 5,6% da bacia do rio Araguaia.

Confira os debatedores:

√ Davi Camõc Krahô – Vice-cacique da aldeia Takaywrá, em Lagoa da Confusão (TO)
√ Wagner Katamy – Liderança do povo Krahô-Kanela
√ Patrícia de Mendonça Rodrigues – Doutora em Antropologia
√ Raquel Rigotto – Médica/Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
√ Francisco José Pinheiro Brandes Júnior – Promotor de Justiça do Estado do Tocantins
√ Laudovina Pereira – Representante do Conselho Indigenista Missionário do Regional Goiás/Tocantins

A roda de conversa foi transmitida no Youtube e no Facebook do Cimi.