17/08/2020

STF ouvirá CNBB em julgamento sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi admitida como “amicus curiae” no processo de repercussão geral que definirá futuro das terras indígenas no Brasil

Ato em defesa dos direitos indígenas em frente ao STF em 2017. Foto: Apib

Ato em defesa dos direitos indígenas em frente ao STF em 2017. Foto: Apib

Por Assessoria de Comunicação da CNBB

O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou um pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e vai ouvi-la como “amicus curiae” em julgamento que vai definir o marco temporal para a demarcação de terras indígenas do Brasil. O “amicus curiae” fornece subsídios à decisão da Suprema Corte em julgamentos na corte. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), trata-se de um importante julgamento com consequências para todos os povos indígenas do país.

Em abril de 2019, o STF reconheceu a repercussão geral do Recurso Extraordinário (RE) 1.017.365, caso que discute uma reintegração de posse movida contra o povo Xokleng, em Santa Catarina. Por isso, a Suprema Corte poderá dar uma solução definitiva aos conflitos envolvendo terras indígenas no país, e garantir um respiro às comunidades que se encontram, atualmente, pressionadas por poderosos setores econômicos.

Segundo o escritório de advocacia do ex-presidente da OAB, Cezar Britto, que representa a CNBB no caso, o Recurso Extraordinário (RE) que chegou ao STF se refere ao caso em específico de Santa Catarina. Contudo, como a Suprema Corte reconheceu a repercussão geral da matéria fixou o seguinte tema de repercussão geral (Tema 1031): “Definição do estatuto jurídico-constitucional das relações de posse das áreas de tradicional ocupação indígena à luz das regras dispostas no artigo 231 do texto constitucional”.

O plenário da Suprema Corte avaliará em julgamento, ainda sem data marcada, o que a Constituição de 1988 define sobre os direitos indígenas sobre a posse da terra. No pedido para ser amicus curiae, a CNBB se posicionou a favor dos indígenas, argumentando que a questão não poderia ser definida sem considerar que os povos são os ocupantes originais da terra e que, em função de não ter suas terras demarcadas, vem sofrendo violência desde a ocupação portuguesa no Brasil.

 

 

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