Após conquista de novos índices de produtividade, MST vira alvo da mídia
Depois de uma Jornada Nacional de Lutas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) conseguiu o compromisso do governo de atualizar os índices de produtividade da terra. Prevista pela Constituição, a atualização não é feita desde 1975, mesmo com as novas tecnologias que aumentam o ritmo da produção no campo. A conquista do movimento, porém, tem incomodado setores que fazem a especulação da terra ou usam tecnologias atrasadas.
O coordenador do MST em Minas Gerais, Vanderlei Martini, acredita que a renovação dos índices amplia a quantidade de terra para a reforma agrária. Ele aponta três pontos positivos da atualização.
“Possibilita que a partir dos laudos técnicos do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] sejam disponibilizadas mais áreas para fins de reforma agrária. Segundo, obriga o latifúndio atrasado do Brasil a produzir. Evita que os latifundiários tenham a terra apenas como uma reserva de valor. A terceira questão é a vitória política e do desenvolvimento das forças produtivas do campo”.
Segundo Vanderlei, após a conquista de benefícios, o MST virou alvo de especulações da grande mídia, porque os donos de grandes empresas da comunicação seriam também grandes proprietários rurais.
“Esses grandes veículos de comunicação têm simplesmente cumprido com o papel deles, que é o de estar a serviço da propriedade privada, do capital, do lucro de seus empresários e de seus donos”.
Para que os índices de produtividade sejam atualizados, o presidente Lula e o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, precisam aprovar a medida. Com os índices de 1975, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de latifúndios, perdendo apenas para o país africano Serra Leoa.
De São Paulo, da Radioagência NP, Ana Maria Amorim.