05/08/2009

Novos céus e novas terras

Desde que não seja “não aos céus e não às terras”! Como diz em singela comunicação o Pe. Tiago T, referindo-se ao povo Kaiowá Guarani  “O que aconteceu e acontece com este povo é igual ao Holocausto no século passado na Europa … Não há possibilidade de levar este caso ao Den Hague: the International Criminal Court?” (CPT-PE).


 


Na carta encaminhada à Juíza Marli Ferreira da 3ª região – SP, a comunidade Kaiowá de Laranjeira Nhanderu diz “Conforme o prazo que já se expira, nesse mês não será mais possível que o estudo seja concluído neste curto período de tempo… Queremos expressar os nossos anseios, de que nós liderança, fizemos todos os esforços possíveis para o andamento, conforme o prazo determinado. E, no entanto, percebe-se que o andamento ocorre a passo de tartaruga” não respeitando a decisão. E por isso, que nós comunidade indígenas Laranjeira Nhanderu Rio Brilhante estamos preocupados e tristes ao ter este conhecimento, lamentamos muitos que tal situação tenha chegado a este ponto, percebe-se que não temos “culpa” pelo atraso dos estudos GTs. Solicitamos ao meritíssimo que analise tal situações e que tenha considerações deste fato que atrapalharam ou impediram os andamento dos grupos técnico de trabalho- GT”.(2/08/09)


 


Lá está a comunidade indígena agarrada a seu último fio de esperança, enquanto a desgovernança parece avançar, produzindo medo e sofrimento.


 


Parece que do céu das CEBs – Comunidades Eclesiais de Base, vem um sopro de alento “Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares não importantes, conquistam coisas extraordinárias.” Essa frase, proferida por Dom Moacyr Grechi, arcebispo da arquidiocese de Porto Velho, com gostinho de profecia, mas ao mesmo tempo dando-nos a certeza de que somente a partir dos pequenos, com os pequenos, na base da Igreja e da sociedade, poderemos criar em uma vida melhor, mais justa e mais fraterna, porquanto verdadeiramente cristã, deu o tom e se tornou uma das bandeiras do 12º intereclesial das CEBs – Comunidades Eclesiais de Base.” ( Frei Gilvander e Delze – Adital) Não seria possível pensar esses novos céus e novas terras sem referir à palavra profética de D. Pedro, que enviou sua mensagem ao encontro “Exortou as CEBs a continuarem na caminhada profética com espiritualidade libertadora. “A Igreja precisa condenar o capitalismo, pois é um pecado social e mesmo assim não foi condenado ainda”, bradou Pedro, o bispo pastor e profeta, cofundador da CPT – Comissão Pastoral da Terra – e do CIMI – Conselho Indigenista Missionário.” (Adital)


Hoje estava prevista a entrada dos Grupos de Trabalho na região para continuidade dos trabalhos. A imprensa anuncia novo adiamento, condicionando o reinicio dos trabalhos a uma reunião com “todos os interessados” (será que o movimento indígena será convidado?) para só então definir a volta dos GTs.


 


Por falar em reconhecimento das terras indígenas, vejamos o que tem declarado recentemente o senador Valter Pereira, do MS, a respeito “Na verdade, a demarcação pode tomar as terras de estados e cidades que geram riquezas, tomar áreas que produzem.(mídiamax, 2/08/09).”Poder-se-ia perguntar ao nobre senador – quais as terras que então gostariam de destinar aos índios – região improdutivas, desérticas, terras mortas, águas poluídas? Ou seja, as terras de todos os males e não uma terra tradicional, que possa ainda ser recuperada, após o vendaval de destruição que por elas passou nesses últimos anos. A terra sem males dos Guarani terão que novamente ser reconstruídas, assim que forem reconhecidas e nelas possam viver em paz.

Fonte: Cimi - MS
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