Aumento de pistolagem e suicídios preocupam comunidade Kaiowá Guarani
Segundo ofício encaminhado ao Ministério Público Federal, a Aldeia Paraguasu, localizada no município de Paranhos, vem sofrendo diversos tipos de ameaças somadas à prática de pistolagem, velha lei vinculado à grilagem no Mato Grosso do Sul para eliminar indígenas. Ameaças, disparos com armas de fogo contra as casas da aldeia e pressões contra as famílias para deixarem os 2.775 hectares de território recuperado, fazem parte do cotidiano das 600 pessoas da comunidade. Segundo os indígenas o aumento da tensão provocado pelos fazendeiros na região, que agem e rechaçam de diversas formas a presença da comunidade indígena localizada entre várias fazendas, teria levado a uma grande quantidade de membros da comunidade a se suicidarem. O suicídio (jejuguy em guarani) de oito pessoas e de outras várias que tentaram e felizmente por intervenção da própria comunidade não conseguiram concretizar seu propósito, colocou em alerta máxima as lideranças da aldeia. O último suicídio aconteceu na primeira semana de junho com o enforcamento de Adão Brites (34). Segundo as lideranças o motivo teria sido o agravamento dos antigos conflitos de terra entre o fazendeiro Paulo Arantes, fazenda Loma Porã e a comunidade, agravados pelas acusações de roubo de gado e a presença de pistoleiros. As ações de violência externa contra a comunidade foram comprovadas como fatos determinantes para a prática do suicídio de todas as pessoas até. A intranqüilidade aumentou há um mês, quando apareceram pistoleiros nas divisas entre uma das fazendas e a aldeia. Estes realizaram atos de amedrontamento contra a comunidade com disparos de armas de fogo sobre as casas das famílias indígenas, de acordo com a denúncia. A grande porcentagem de suicídio e o aumento das ameaças nos limites da aldeia contra a população nativa levou os indígenas chamar a Policia Federal e a Funai, porém nenhum desses órgãos se fez presente até agora na comunidade. O Conselho Indigenista Missionário esteve na comunidade na semana passada para reforça o que a comunidade já vem fazendo e vai encaminhar a denuncia ao Ministério Público Federal. A situação de Paraguasu está se agravando cada vez mais, seja pelas ainda tentativas de suicídios, seja pelas constantes possibilidades de haver vitimas de pistoleiros, que segundo os indígenas não sairão da área enquanto não vitimar alguém. Fonte: CIMI/MS Campo Grande, 03 de julho de 2009