No Vale do Javari, os Marubo enfrentam graves casos de malária e hepatite
Indígenas Marubo do alto Curuçá e médio Curuçá estão morrendo por falta de assistência à saúde. Os principais casos são de malária e hepatite. Indignados com a falta de providência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em suas aldeias, eles enviaram uma mensagem à chefia do Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena (Dsei) do Vale do Javari, em caráter de urgência, para que enviem uma equipe multidisciplinar para a Aldeia Moronal.
Segundo eles, a situação é grave e vai trazer mais mortes caso não haja uma ação concreta por parte dos responsáveis pela saúde. “Além da falta de uma equipe completa de profissionais, não temos medicamentos essenciais, o que está estimulando as nossas revoltas”, diz mensagem de Wilson Miguel Marubo, conselheiro da Aldeia.
Os indígenas da Aldeia Moronal e São Sebastião também redigiram uma carta de manifesto, na qual relatam os graves problemas enfrentados. “Nesse momento, com a perda de mais uma de nossas lideranças importantes, a Funasa demonstrou mais uma vez a falta de capacidade de lidar com a saúde indígena”, afirmam. Segundo eles, falta transporte adequado aos profissionais, finalização das obras do pólo base de saúde, ações para o controle de vetores da malária. Os índios contam que não há médicos de plantão, e que os doentes acabam tomando remédios em excesso. Há ainda mulheres gestantes e crianças com menos de um ano de idade contaminadas por malária.
Os indígenas esperam ações urgentes como a reposição de profissionais de saúde nos pólos base de São Sebastião e Moronal, e a vinda do Ministério Público Federal para verificar a situação em loco.