Indígenas estabelecem demarcação de terras como principal reivindicação em 2009
Indígenas Terena e Guarani Kaiowá se reuniram nesta quinta-feira (16) na aldeia Mãe Terra, situada no município de Miranda, Mato Grosso do Sul. O encontro discutiu o problema da falta de terras para os indígenas do estado. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) deve fazer desse debate uma questão central em 2009. Há um processo de demarcação em curso na região, realizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e que deve terminar em 2010. No entanto, entidades ruralistas e o próprio governo do estado mostram-se contrários à demarcação.
Os indígenas denunciam a demora da Funai para realizar o processo de demarcação. Em 2008, o Órgão gastou apenas a metade dos cerca de R$ 30 milhões que estavam orçados para ações de demarcação e regularização de territórios indígenas.
Os dados reunidos pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) demonstram que dentre as 12 ações sob responsabilidade da Funai – do Programa de Proteção e Promoção dos Povos Indígenas – a que teve o pior desempenho na execução do orçamento foram ações de demarcação e regularização dos territórios indígenas.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a situação atual dos índios Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul é dramática. Hoje, em uma região de oito mil hectares, vivem cerca de 40 mil índios. A falta de terras ocasiona problemas entre eles, como suicídio, desnutrição e mortes violentas. Entre assassinatos e suicídios, foram 74 casos em 2008 e 75 casos em 2007.