Não vamos pagar pela crise
O MST participa das manifestações em defesa da classe trabalhadora e contra a crise econômica mundial, ao lado das entidades mais representativas do movimento sindical, estudantil e popular, nesta segunda-feira (30/3). Os atos contra a crise, que foram discutidos na Assembléia dos Movimentos Sociais, no Fórum Social Mundial, devem acontecer em todas as capitais do país. Estão previstas manifestações entre 28 de março e 4 de abril em todo o mundo.
Umas das reivindicações do movimentos popular, sindical e estudantil é a realização da Reforma Agrária, como uma alternativa para a crise econômica, por garantir a produção de alimentos e para fomentar as pequenas agroindústrias, fortalecendo o mercado interno e promovendo justiça social.
A Reforma Agrária é a política mais eficaz para a geração de empregos no campo. Por isso defendemos o assentamento de todas as famílias acampadas no Brasil, além daqueles que foram desempregados pelo agronegócio. O governo não deve liberar recursos para as empresas que estão falindo e, sim, investir em uma linha de crédito especial para as famílias assentadas, garantindo a geração de empregos e a produção de alimentos.
O conjunto das forças populares devem seguir organizando lutas nos próximos dias e semanas para enfrentar o desemprego e impedir retrocessos para os trabalhadores. Vamos continuar a luta pela Reforma Agrária e por um novo modelo agrícola, que garanta melhores condições de vida à população do campo. Temos também que retomar o significado original de luta dos trabalhadores no 1º de Maio.
As mobilizações do dia 30 representam o começo de uma jornada de lutas. O povo brasileiro não vai assistir passivamente aos efeitos da crise do capital. Esperamos que a unidade das forças populares fomente lutas sociais em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras, para a construção de um projeto popular de desenvolvimento para o Brasil .
Leia abaixo o manifesto da manifestação do dia 30, construído em conjunto por mais de 20 organizações.
Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise!
Não às demissões! Pela redução dos juros, pelos investimentos públicos e em defesa dos direitos trabalhistas e sociais!
O Brasil vai às ruas na próxima segunda-feira, 30 de março. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela Reforma Agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista, os Estados Unidos, e atinge as economias menos desenvolvidas. Lá fora – e também no Brasil -, estão sendo torrados trilhões de dólares para cobrir o rombo das multinacionais, em um poço sem fim, mas o desemprego continua se alastrando, podendo atingir mais 50 milhões de pessoas.
No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levaram à demissão de mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses.
O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultante de um sistema que entra em crise periodicamente e transformou o planeta em um imenso cassino financeiro, com regras ditadas pelo “deus mercado”. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague a fatura em forma de demissões, redução de salários e de direitos, injeção de recursos do BNDES nas empresas que estão demitindo e criminalização dos movimentos sociais. Basta!
A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o país vulnerável e à mercê da crise, prejudicando fundamentalmente os mais pobres; nas favelas e periferias, É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada sem reduzir os salários, acelerar a reforma agrária, ampliar as políticas públicas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.
Manifestamos nosso apoio a todos os que sofreram demissões, em particular aos 4.270 funcionários da Embraer, ressaltando que estamos na luta pela readmissão.
O dia 30 também é simbólico, pois nesta data se lembra a defesa da terra Palestina, a solidariedade contra a política terrorista do Estado de Israel, pela soberania e auto-determinação dos povos.
Com este espírito de unidade e luta, vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!
NÃO ÀS DEMISSÕES!
REDUÇÃO DOS JUROS!
REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS!
REFORMA AGRÁRIA JÁ!
POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA!
EM DEFESA DOS SERVIÇOS E SERVIDORES PÚBLICOS! SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO.
Organizadores:
ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CGTB, CMB, CMS, CONAM, CONLUTAS, CONLUTE, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, MARCHA MUNDIAL DE MULHERES, MST, MTL, MTST, NCST, OCLAE, UBES, UBM-FDIM, UGT, UNE, UNEGRO, VIA CAMPESINA