06/03/2009

Os Terena fazem nova retomada no Mato Grosso do Sul

No dia 23 de fevereiro, cerca de 70 famílias do povo Terena, da terra Cachoeirinha, fizeram a terceira retomada de parte de sua terra tradicional, localizada nos municípios de Aquidauana e Miranda, Mato Grosso do Sul. A área ocupada tem 610 hectares e o título da terra está a nome de Ibraim Cortada. Este trecho de terra faz parte das 11 áreas já avaliadas pelos técnicos contratados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e que são os responsáveis pelos trabalhos de delimitação da terra, que foi declarada com indígena.


 


Segundo os indígenas, os técnicos da Funai abandonaram a área três vezes sem explicação nenhuma; e ainda precisam vistoriar 43 trechos da terra indígena. O território tradicional que os Terena reivindicam nessa região deve chegar a 3.692 hectare quando os trabalhos de demarcação forem concluídos.


 


A última retomada do território tradicional Terena aconteceu 25 de agosto de 2008. Uma gigantesca operação a Policia Federal despejou as famílias indígenas ante um pedido de reintegração de posse de um dos donos da terra o ex-governador de Mato Grosso do Sul Pedro Pedrossian. Embora despejada, a comunidade indígena conseguiu que a Funai colocasse de novo seus técnicos no campo para dar continuidade aos trabalhos de demarcação. Porém os trabalhos duraram pouco tempo. Os técnicos foram embora ainda faltando à demarcação de 43 propriedades que estão dentro dos limites da área reconhecida como terra indígena.


 


Uma das lideranças da aldeia Cachoeirinha disse que “a comunidade resolveu fazer uma nova retomada porque os trabalhos dos técnicos paralisaram faz seis meses e não temos informação concreta de quando vão ser reiniciados. Nós queremos a conclusão da demarcação física e o pagamento ou indenização aos proprietários de terras onde as benfeitorias já foram concluídas.” Indicou também que a comunidade já esperou por muito tempo uma solução definitiva ao problema que os afeta e que nos últimos tempos conseguiram mais promessas que um avanço real nas questões administrativas tendentes à devolução da área aos seus verdadeiros donos.


 

As lideranças se queixaram da Funai dizendo que a instituição só está envolvida em problemas de tipo político-administrativos e que não atende os reclamos quando seus funcionários são requeridos. “Necessitamos de apoio dos órgãos competentes, especialmente da Funai. A instituição o tempo todo troca de administrador e nos entendemos que isso tem a ver com questões políticas e partidárias e nós estamos indignados com essa situação, pois está se instrumentalizando a Funai para outros fins”, expressou outra liderança Terena.

Fonte: Cimi
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