26/02/2009

Lideranças no MS ressaltam que não vão abrir mão da demarcação de suas terras

Os Kaiowa-Guarani de Mato Grosso do Sul começam hoje o primeiro Aty Guasu de 2009, assembléia que vai até o dia 28 de fevereiro no município de Amambaí.  Um dos principais temas do encontro será o problema da crise de administração na FUNAI de Dourados. Porém muitas lideranças já adiantaram que com ou sem a atual administradora, não vão abrir mão da demarcação de suas terras.

Participam do encontro, lideranças políticas e religiosas, professores, vereadores indígenas, agentes de saúde, crianças para buscar uma definição sobre o problema que afeta a administração da FUNAI de Dourados/MS.A chefe atual, Margarida Nicoletti, está sendo questionada por um grupo de lideranças indígenas, que pedem o afastamento da mesma e a nomeação de um indígena como novo administrador da entidade. Por outro lado um grupo maior de lideranças fez uma reunião no 03 de fevereiro,ocasião em que decidiram chamar o Aty Guasu para que seja decidido nessa instância, por meio da vontade da maioria das lideranças de todas as aldeias, a continuidade ou não de Nicoletti como administradora da FUNAI de Dourados.

Reestruturação

As lideranças que querem a continuidade de Margarida colocaram condicionamentos para seguir apoiando a atual administração da FUNAI em Dourados. Em nota enviada ao presidente da FUNAI Marcio Meira, 26 lideranças das aldeias do cone sul de MS e vereadores indígenas Kaiowa-Guarani ressaltaram “além da permanência da atual administradora queremos a definição das políticas que precisam ser implementadas pela FUNAI, bem como mais funcionários para que estas políticas possam ser executadas”.  Entre as mudanças, pedem “a estruturação da regional da FUNAI de Amambaí e ampliação de regionais para Antonio João, Paranhos e Iguatemi e novos administradores nas regionais e que os mesmos sejam escolhidos no Aty Guasu, visto que os atuais não têm cumprido seu papel”, afirmam.

Demarcação em jogo

As lideranças que apóiam Margarida dizem que a idéia de tirar Margarida da FUNAI não representa o sentimento da maioria do povo Kaiowa-Guarani e que existe “interesses políticos dos não índios que querem prejudicar a atual administração”. Na reunião de lideranças no dia 3 de fevereiro em Dourados este grupo enviou uma mensagem à sociedade com a seguinte reflexão: “Tem grupo vinculado ao agronegócio que quer confundir os indígenas e criar briga entre nós, achando que derrubando Margarida nós vamos esquecer a luta pela demarcação de nossas terras. Independente de Margarida, a demarcação quem vai fazer são os Kaiowa-Guarani”.

Fonte: Cimi MS
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