13/02/2009

Pataxó Hã-Hã-Hãe denunciam crimes de fazendeiro no sul da Bahia

A comunidade Pataxó Hã-Hã-Hãe da aldeia Caramuru, no município de Pau Brasil, no sul da Bahia, protocolou junto ao Ministério Público Federal em Ilhéus, documento denunciando e solicitando providencias quanto ao um intenso processo de crimes ambientais cometidos pelos fazendeiros Jaime do Amor Divino, Gilberto Alves de Brito, em áreas reivindicadas pelos Pataxó na região de Água Vermelha. Também repassaram o texto para a Fundação Nacional do Índio, Comissão Nacional de Política Indigenista, Comissão nacional de Direitos Humanos e ao Conselho Indigenista Missionário.


 


Após serem reintegrados nas fazendas, das quais recentemente foram retirados de forma violenta pela Policia Federal, as lideranças indígenas emitiram documento denunciando uma serie de irregularidades, tais como queimas de casas, destruição de plantações, sacrifício de animais, roubo de gados. O povo solicita indenizações das casas, animais,  objetos imobiliários e roças de cacau derrubada pelo fazendeiro Jaime do Amor, além da devolução do gado que se encontra em poder deste fazendeiro.


 


Os índios fotografaram uma serie destes crimes, derrubada de cacauais, uma grande quantidade de restos mortais de animas que correm risco de extinção, rabos de tatu, presas, patas e cabelos de animais (paca, veados, caititu, etc) até mesmos fetos mantidos em álcool, tudo isto na localidade ocupada pelo invasor Gilberto Alves de Brito.


 


Os índios denunciam a atuação do IBAMA regional que tem feito vistas grossas a uma serie de denuncias feitas pelas comunidades indígenas e solicitam a presença de agentes de outras regionais que possam ser mais eficientes que os da região.


 


Os Pataxó Hã-Hã-Hãe também denunciam que a reintegração de posse nas fazendas Serrana do Ouro e Serra Verde não se deu na sua totalidade devido aos jagunços do invasor Jaime do Amor, haverem trocado a placa de identificação da fazenda. Eles solicitam da Justiça a desocupação das fazendas na sua totalidade por parte dos pistoleiros de Jaime do Amor.


 


Solicitam também o imediato julgamento da Ação de Nulidade de Títulos imobiliários que se encontra no STF há mais de 26 anos, e que teve o inicio do julgamento no passado interropido por um pedido de vistas do Ministro Menezes Direito. 


 


O documento da comunidade é assinado por todas as lideranças, bem como os anciãos da comunidade e é enriquecido por uma boa quantidade de fotos que confirmam as denuncias dos indígenas.


 


 


Itabuna, 12 de fevereiro de 2009


Conselho Indigenista Missionário

Fonte: Cimi Itabuna
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