Sociedade civil exige que governo não salve bancos e empresas com dinheiro público
Ontem, 26 de novembro, cerca de 500 representantes de movimentos sociais e entidades da sociedade civil estiveram no Palácio Planalto para uma reunião com o Governo Federal sobre as perspectivas para o país diante da crise financeira internacional. Os ministros Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Dilma Roussef (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda) apresentaram às entidades as medidas que o governo pretende adotar nos próximos meses.
Mais de 60 organizações, entre elas CUT, MST, UNE e CIMI prepararam um documento com propostas para enfrentar a crise. As entidades afirmam que o “governo federal não pode usar dinheiro público para subsidiar e ajudar a salvar os bancos e empresas especuladoras, que sempre ganharam muito dinheiro e agora, na crise querem transferir seu ônus para toda sociedade.”
O texto sugere ações para serem desenvolvidas internacionalmente, como a consolidação do Banco do Sul como um agente que promova o desenvolvimento regional e que impeça a especulação dos bancos e de fundos internacionais. O texto tamém aponta algumas medidas que deveriam ser adotadas em diversos setores (comunicação, meio ambiente, agricultura, etc). Em relação aos povos indígenas, o documento chama atenção para a urgência de se demarcar as terras tradicionais do povo indígena Guarani Kaiowá que vive no Mato Grosso do Sul, diante do quadro de violência, alto índice de suicídio e preconceito que povo enfrenta.
Os movimentos esperam que “o governo ajude a desencadear um amplo processo de debate na sociedade, em todos os segmentos sociais, para que o povo brasileiro perceba a gravidade da crise, se mobilize e lute por mudanças.”