21/10/2008

Lançada campanha contra a criminalização dos movimentos sociais na Amazônia

Na sexta-feira, 17 de outubro, foi lançada a Campanha contra a Criminalização dos Movimentos Sociais. A campanha foi lançada com um grande seminário, seguido de um ato político-cultural na Praça do Operário em São Brás, em Belém.


O lema da campanha é: Lutar por direitos humanos não é Crime! Essa foi a forma encontrada pelos movimentos sociais da Amazônia pra lutar contra as constantes práticas do Estado e das grandes corporações de mineração e agronegócio, de criminalizar as ações dos movimentos sociais contra as injustiças e em defesa da Amazônia.


O seminário veio tornar público um cenário de profundas dificuldades para os movimentos sociais. A luta pelo respeito aos direitos humanos trouxe perseguição e morte aos lutadores e defensores dos direitos humanos na região. Essa foi a recompensa dos movimentos sociais por lutarem pela soberania do país.


As forças conservadoras foram denunciadas assim como o Estado que faz uso de seus instrumentos de coerção e repressão para intimidar os lutadores do povo.


Cerca de 500 militantes das diversas entidades do campo e da cidade fizeram-se presentes no lançamento da campanha.


Pina Tembé da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) esteve no seminário e falou sobre as campanhas violentas lançadas em todo o país contra os povos indígenas. Também estiveram presentes índios Tembé de Santa Maria do Pará e dois representantes dos povos indígenas de Santarém, que falaram sobre as ameaças de mortes contra suas lideranças.


Este seminário é uma iniciativa de diálogo com as diferentes organizações do campo e da cidade que sofrem processos judiciais e ameaças de morte por defenderem os direitos dos povos na região. Esse foi o espaço pra se ampliar as alianças e articular contra as forças sombrias da morte, representadas pelo grande capital que toma forma de grandes empreendimentos da mineração, Hidronegócio, entre outros. Mas de 60 entidades já aderiram à campanha. Entidades como MST, CPT, SDDH, CIMI.


A campanha que foi lançada já traz algumas propostas para a região 


·                               Continuar fazendo a luta em defesa da Amazônia e dos povos que nela habitam contra as agressões provocadas pelas frentes de expansão do agronegócio, da mineração e dos grandes projetos governamentais;


·                               Manifestar total apoio ao Bispo Dom Erwin e a Prelazia do Xingu na luta contra a Construção da Hidrelétrica de Belo Monte e na defesa da causa indígena, da floresta e do Rio Xingu;


·                               Pressionar o Tribunal da Justiça do Pará para que julgue o recurso que pede a anulação do julgamento que absolveu o fazendeiro Viltamiro Bastos e exigir que Bida e Regivaldo sejam julgados e responsabilizados pelo assassinato de Dorothy;


·                               Pressionar o Tribunal Regional Federal para que julgue os recursos que pedem a anulação da sentença que condenou o Advogado José Batista a 2 anos e 5 meses de prisão e a sentença que condenou as lideranças do MST e do MTM ao pagamento de multa no valor de 5 milhões e 20 mil reais.


“Nossos rios e nossas matas não se rendem, nossos rios e nossas matas se defendem!”


Luiz Cláudio Teixeira – CIMI NORTE II

Fonte: Cimi - Norte II
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