20 anos da Constituição Federal e os Direitos Indígenas – Seminário
Programação
09:00 —abertura
09:30 Às 12:00
Mesa 1 — O Estado Brasileiro e os direitos Indígenas na Constituição Federal de 1988
Dra. Deborah Duprat — Coordenadora da 6a. Câmara de Coordenação e Revisão – Índios e Minorias – do Ministério Público Federal
Cacique Hyral Moreira — Estudante de Direito da Univali e Coordenador Comissão Guarani Nhemonguetá
Prof. Dr. Silvio Coelho dos Santos — Coordenador do Nepi – Núcleo de Estudos de Povos Indígenas/UFSC
Coordenação da Mesa: Profa. Dra. Thais Luzia Colaço – Professora
14:00 Às 17:00
Mesa 2 – Depois de 20 Anos: Legislação infra-constitucional e aplicação dos direitos Indígenas
Dr. Paulo Machado Guimarães – Assessor Parlamentar e Assessor Jurídico do Cimi
Cacique Aniel Priprá – TI Ibirama
Prof. Valmor V. Mendes de Paula – TI T. Chimbangue
Prof. Werá Tupã – Coordenador da Comissão Guarani Nhemonguetá
Dra. Analúcia Hartmann – Procuradora da República
Coordenação da Mesa: Clovis A. Brighenti – membro do Cimi Regional Sul
Local:
Auditório da Reitoria —UFSC – Florianópolis —SC
Contatos:
Cimi: (48) 3233 5866 – [email protected]
Nepi: (48) 3721 8210 – www.nepi.ufsc.br
Organizadores
Comissão Guarani Nhemonguetá
Capi—Comissão de apoio aos Povos Indígenas
Cimi —Conselho Indigenista Missionário regional Sul
Comin—Conselho de Missão junto com Povos Indígenas
Departamento de Antropologia/nepi/ ufsc
Departamento de História/labhin/ufsc
Departamento de Direito/gpaju/ufsc
Museu Universitário/SECARTE/ufsc
Apoio
Apufsc
Cáritas Regional Santa Catarina
Universidade Federal De Santa Catarina
POVOS INDÍGENAS
GUARANI
Atualmente o povo Guarani forma a maior população indígena no Brasil, com mais de 34.000 pessoas, vivendo majoritariamente no RS, SC, PR, SP, RJ, ES e MS. Santa Catarina conta com mais de 1.300 pessoas em dezoito aldeias no litoral e cinco no interior do Estado.
“Ore roipota Yvy Porã” (Nós queremos terra boa) é a afirmação que ecoa, a solicitar deferência, por ser portadora de sentido mitológico-cosmológico-ontológico, fundamento que deságua na reivindicação fundiária e em procedimentos administrativos e jurídico-legais concernentes ao processo demarcatório. O povo Guarani compreende que a amplitude da demarcação das terras extrapola as próprias demandas. Nas palavras de Werá Tupã: “A demarcação da terra não é um bem só para nós, Guarani. A terra demarcada vai ter mata preservada e água boa. O Guarani não vai construir fábrica, fazer barragem, por isso a demarcação é um bem para todas as pessoas. A contrapartida que oferecemos é a preservação da natureza e o ar puro para toda a humanidade”.
KAINGANG
O povo Kaingang (pertencente ao tronco lingüístico Macro-Jê) é a terceira maior população indígena do Brasil, totalizando 25 mil pessoas distribuídas em quatro estados: RS, SC, PR e SP.
Senhores dos campos, florestas de araucárias e faxinais, os Kaingang resistiram, por muito tempo, à penetração dos não-indígenas em seu território de ocupação. Este território se estendia por um vasto espaço geográfico, sendo encontrados grupos desde a costa de São Paulo até a província de Misiones, na Argentina. Moradores de regiões frias, desenvolveram técnicas apuradas de confecção de mantas de fibras de urtiga ou caraguatá e construção de casas subterrâneas para se proteger.
Constituindo-se na maior população indígena catarinense, com 5.800 pessoas, atualmente os Kaingang estão presentes no Oeste do Estado em cinco terras indígenas: TI Xapecó (municípios de Ipuaçu e Entre Rios); TI Toldo Chimbangue e TI Kondá (Chapecó); TI Toldo Pinhal (Seara e Arvoredo); TI Toldo Imbu (Abelardo Luz). A presença Kaingang igualmente pode ser verificada na Terra Indígena
XOKLENG
O povo indígena Xokleng (também pertencente ao tronco lingüístico Macro-Jê) vive, hoje, exclusivamente, no estado de Santa Catarina. Todavia, nem sempre foi assim. À época de 1500, os Xokleng dominavam as florestas que cobriam as encostas das montanhas, os vales litorâneos e as bordas do planalto no Sul do Brasil, num amplo território que se estendia desde a região de Curitiba até o sul, nas proximidades de Porto Alegre.
Atualmente, com uma população aproximada de 2.000 pessoas, os Xokleng vivem em duas terras indígenas: uma localizada no município de Porto União, denominada TI Rio dos Pardos, e outra, situada no Alto Vale do Itajaí, nos municípios de José Boiteux, Vítor Meireles, Doutor Pedrinho e Itaiópolis, chamada TI
O fato de 50% desta população possuir idade inferior a 15 anos demonstra a determinação Xokleng de continuar existindo enquanto povo.
A luta contra a destruição e redução de seu território no final do século XIX e início do século XX, pode ser percebida, atualmente, na sua persistência pela recuperação da terra e pela implementação dos direitos constitucionais.