Informe nº. 827: Supremo deve julgar dia 27 de agosto ação sobre Raposa Serra do Sol
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem decidir no dia 27 de agosto se a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, permanecerá em área contínua, como definiu o Decreto de Homologação, publicado em
Segundo notícia da página do Supremo, no dia 27 de agosto, “o relator do caso, ministro Carlos Ayres Britto, promete levar para o Plenário umas das 33 ações ajuizadas no STF sobre a matéria.”
Em 9 de abril de 2008, o STF determinou a suspensão da operação “Upatakon
Os fazendeiros que invadem a área e diversos políticos de Roraima moveram ações judiciais contra a demarcação de Raposa Serra do Sol desde o início do processo de identificação da terra. Entretanto, até hoje, todas as decisões do STF em relação a esta terra foram favoráveis à manutenção da homologação.
Os tuxauas de Raposa Serra do Sol esperam que o STF mantenha os limites da terra em área contínua. “Tudo o que precisava ser feito aqui, já foi feito. A terra está homologada, registrada. Não podem entregar nossa terra. O povo sofre muito nas mãos dos arrozeiros”, afirmou o tuxaua Jacir Makuxi.
Histórico
A terra indígena Raposa Serra do Sol fica no Nordeste de Roraima, na fronteira com Guiana e Venezuela. Na área vivem cerca de 19 mil indígenas dos povos Makuxi, Wapichana, Ingaricó, Taurepang e Patamona, em 194 comunidades. Em 15 em abril de
Após a homologação, o governo federal passou três anos tentando negociar a retirada dos invasores de forma pacífica. A maioria saiu, mas um pequeno grupo de arrozeiros não aceitou nenhuma proposta. Em março de
***
Assembléia Guarani pede proteção ao trabalho de identificação de terras NO MS
Líderes religiosos do povo Guarani Kaiowá se reunirão entre hoje (31/7) e 2 de agosto para, por meio de rituais, enviar força e proteção aos técnicos que trabalharão no processo de identificação de 36 tekohá (território tradicional) do povo no Mato Grosso do Sul. A Jeroki Guasu (reunião religiosa) acontecerá na aldeia Sassoró, município Tacuru.
O encontro, convocado pelos Nhanderu e Nhandesi (homens e mulheres religiosos), também celebrará o início das atividades de campo dos Grupos de Trabalho (GTs). Os mais de 20 técnicos dos Grupos estarão na Jeroki Guasu.
Nas próximas três semanas, os GTs irão fazer o levantamento em área de elementos que possam provar a ocupação tradicional das terras reivindicadas pelos Guarani. Serão visitados 26 municípios matogrossenses, entre estes: Dourados, Amambai, Caarapó, Ponta Porã, Iguatemi, Coronel Sapucaia, Antônio João, Naviraí, Tacuru, Rio Brillhante, Sete Quedas, Japorã, e Porto Murtinho.
Os técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) enfrentarão a reação dos fazendeiros e políticos do estado, que já estão se articulando para tentar impedir a identificação das terras. Por conta dessas dificuldades, na Jeroki Guasu, os Guarani também discutirão como acompanhar esse processo de identificação e enfrentar os desafios que virão.
A força-tarefa para identificar os 36 tekohá foi programada no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela Funai e pelo Ministério Público Federal em novembro de
Basta de genocídio
Na Jeroki Guasu também será lançado o abaixo-assinado “Basta de genocídio – Pela Terra e Vida Kaiowá Guarani”, que está sendo articulado pela Campanha Guarani e Movimento Povo Guarani, um grande Povo.
De 1 agosto a 15 de novembro, serão recolhidas assinatura e em dezembro está previstra a entrega do documento para o Presidente da República e Ministro da Justiça.
(versão em espanhol do abaixo-assinado)
Brasília, 31 de julho de 2008.
Cimi – Conselho Indigenista Missionário