Informe nº. 819: Povo Terena reforça luta por sua terra tradicional no MS
Entre 28 de maio e 1º de junho, cerca de 300 famílias Terena montaram acampamento em parte da terra reivindicada pelo povo, na região de Miranda, Mato Grosso do Sul. Eles querem que a Fundação Nacional do Índio (Funai) continue o processo de regularização do território. Após saírem da área, depois de uma ordem de reintegração de posse, um grupo de lideranças do povo veio a Brasília cobrar medidas efetivas da Funai em relação à terra.
Cerca de cinco mil Terena vivem confinados em
No dia
Após deixarem a terra, um grupo de lideranças veio a Brasília discutir regularização de seu território com a Funai. Os Terena questionam o arquivamento dos estudos já realizados sobre a terra – na década de 1980 e em 2000. Os estudos não foram concluídos, nem publicados.
Na reunião, a Funai prometeu que reativará os trabalhos do Grupo Técnico de identificação do território dos Terena, enviando para a região o antropólogo que fez os estudos da área. Os Terena que saíram da retomada aguardam que a Funai cumpra sua promessa, enquanto organizam novos mecanismos de pressão.
Histórico
A história desta terra indígena é igual a de diversas outras na região. No início do século 20, o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) destinou dois mil hectares, próximo ao vilarejo de Miranda, a um grupo de famílias Terena. A vila se tornou cidade e avançou sobre a aldeia. Os dois mil hectares foram reduzidos a menos de 10% de sua área original. A área transformou-se em um “bairro bem arborizado”.
Por anos, os Terena foram vistos como índios que atuavam nos espaços dos “não-índios”, em órgãos e universidades. Nos últimos dez anos, o povo reforçou que a perspectiva não é ir para as cidades, mas sim lutar por sua terra tradicional, de onde foram expulsos. Assim foi Limão Verde, Buriti, Chachoeirinha-Mãe Terra e agora na retomada em Passarinho e Moreira.
(informações Egon Heck – Cimi MS)
Brasília, 5 de junho de 2008.
Cimi – Conselho Indigenista Missionário