04/06/2008

Problemas na saúde levam povos indígenas a se organizarem

 


As ocupações recentes de prédios públicos promovidas por indígenas são reflexos da ineficácia das políticas públicas, especialmente na área da saúde. Esta é a opinião do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Na última semana, prédios da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Cuiabá (MT) e Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, foram ocupados. O Ministério da Saúde foi alvo de protestos em abril.


 


De acordo com o vice-presidente da entidade, Roberto Liebgott, os povos indígenas têm avançado muito na discussão, cobrança e proposição de políticas públicas. E a organização indígena, segundo Liebgott, acontece especialmente na área da saúde porque ali estão muitos dos problemas enfrentados pelas comunidades.


 


“O governo transferiu sua responsabilidade para terceiros – Organizações Não-Governamentais, algumas organizações indígenas e para municípios, tirando de si a responsabilidade que é sua. Com a terceirização, os povos indígenas não têm uma referência a quem cobrar. Ou seja, a responsabilidade está diluída, assim como a assistência está diluída. Por isso que assistimos graves problemas em quase todas as regiões do Brasil”.


 


Liebgott relata que os terceiros reclamam dos atrasos de repasse da Funasa e atribuem ao atraso o não desenvolvimento do seu planejamento. Já a Funasa alega que tem repassado os recursos, porém os terceiros não têm sido eficazes na prestação do serviço.


 


No sul e centro-oeste do Brasil, especialmente no estado Mato Grosso do Sul, a principal conseqüência com o descaso na saúde é a desnutrição, segundo o Cimi. Na Amazônia destaca-se o alastramento de epidemias que já tinham sido controladas, como malária, tuberculose e hepatite A, B e C.


 


De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur.


 

Fonte: Radioagência NP
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