11/04/2008

Movimentos sociais, indigenistas e sindicatos de trabalhadores rurais realizam reunião conjunta no Mato Grosso

Com a participação de representantes de movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores rurais e entidades indigenistas, realizou-se nos dias 29 e 30 de março, em Lucas do Rio Verde, o primeiro encontro estadual entre as entidades.


 


Na busca de ampliar o diálogo, pautando lutas conjuntas, estiveram presentes no encontro representantes de 16 entidades entre elas Cimi, CPT, CPM, OPAN, MST, MPA, MTA, MAB, Fetrag, Abra, MMC e Fase, além do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Lucas do Rio Verde, que recebeu os participantes, sediando a reunião.


 


Apesar da diversidade, os pontos levantados por cada representante partiram de um elemento comum: as conseqüências do latifúndio e do agronegócio sobre cada seguimento, caracterizada pela pressão contra a Reforma Agrária, pelas barreiras às demarcações de terras indígenas, a poluição do solo e das águas pelos defensivos utilizados nos monocultivos de soja e cana, principalmente, e a exploração dos trabalhadores através do trabalho escravo ou degradante.


 


Constatou-se que nenhum seguimento está entre as prioridades do governo Lula que, a partir de sua articulação com o governo Maggi, vem beneficiando o agronegócio e os grandes projetos no Mato Grosso em detrimento dos pequenos agricultores e indígenas.


 


Identificado o ‘inimigo comum’, as entidades puderam apontar formas para uma maior unidade e planejamento de suas lutas, onde cada seguimento pode e deve fortalecer o outro.


 


Foi ponto pacífico entre as entidades a necessidade de formação e a busca de políticas que garantam o desenvolvimento sustentável baseado na agroecologia e no resgate a práticas tradicionais de agricultura que não agridam ao meio ambiente. Neste processo, é indispensável a articulação com os indígenas, o diálogo e a participação mesmo que de algumas etnias, num primeiro momento, o que trará positivas contribuições para o fortalecimento das lutas no estado e para que os segmentos excluídos estejam na mesma trincheira.


 


Gilberto Vieira – Cimi/MT


 


CPM: Centro de Pastoral para Migrantes, OPAN: Operação Amazônia Nativa; MPA: Movimento de Pequenos Agricultores; MTA: Movimento de Trabalhadores da Agricultura; MAB: Movimento de Atingidos por Barragens; FETRAG: Federação dos Trabalhadores da Agricultura; ABRA: Associação Brasileira DE Reforma agrária; MMC: Movimento de Mulheres Camponesas e FASE: Fundação de Atendimento sócio-educativo.


 

Fonte: Cimi - MT
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