28/02/2008

Conferência de Sobradinho (BA) indica linhas estratégicas para a ação popular

Hoje (27) os mais de 200 participantes da Conferência dos Povos do São Francisco e do Semi-Árido apontaram as linhas estratégicas norteadoras para consolidação e unificação das lutas gerais e regionais. Mesmo com o encerramento previsto para o final da tarde, amanhã (28) o bispo Luiz Cappio deve subir uma serra, em Juazeiro (BA), para benzer a capela em construção no acampamento do projeto Salitre, ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).


 


O entendimento geral da Conferência é dar continuidade às lutas populares com intensidade e com apresentação das alternativas de desenvolvimento, contrárias ao modelo adotado atualmente, que tem aumentado conflitos e desigualdades.


 


O encerramento acontece no final da tarde de hoje com uma celebração nas margens do rio e a concretização da Carta de Sobradinho – São Francisco e Semi-Árido se unem pela vida. O documento é a reunião dos principais indicativos, pontos debatidos e encaminhados na Conferência. A noite o bispo Luiz Cappio recebe, na Câmara Municipal, o título de cidadão do município.


 


Celebração


Amanhã (28) de manhã o bispo Luiz Cappio deve subir uma serra localizada no acampamento Salitre, em Juazeiro (BA), para benzer as obras da Capela de São Francisco, ainda em construção. O acampamento é ligado ao movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e reúne cerca de mil famílias. A atividade terá a participação de acampados e assentados a região.


 


Ontem (26) Dom Cappio celebrou missa na Capela de São Francisco, onde fez 24 dias de jejum, no final do ano passado, contra o projeto de transposição. O local foi lotado pelos moradores de Sobradinho e os participantes da Conferência. Bastante emocionado ele chegou dizer que “a volta a Sobradinho é como voltar a um pesadelo” e completou “a luta não é como um jogo de futebol que após 90 minutos se sabe quem ganhou ou perdeu, a luta tem o tempo que dura a própria vida”.


 


A conferência teve início na segunda-feira (25) com representantes de 13 estados (Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Paraná) além do Distrito Federal e outros dois países, Alemanha e Argentina. Desde então, aconteceram palestras, debates e plenárias.


 


Entre as entidades representadas estão os Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA), dos Atingidos por Barragens (MAB), das Mulheres Camponesas (MMC) e dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Marcha Mundial das Mulheres; Conselho Pastoral dos Pescadores; Comissão Pastoral da Terra; Cáritas; Instituto Regional da Pequena Agricultura Apropriada (IRPAA); Sindicatos de Trabalhadores Rurais; Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto no Estado da Bahia (SINDAE); Pólo Sindical de Petrolina (PE); Fórum Permanente da Bahia em Defesa do São Francisco; Conselho Indigenista Missionário (CIMI); as Frentes: Cearense por uma Nova Cultura de Água Contra a Transposição e a Paraibana Contra a Transposição; CESE; KOINONIA; CAA; Ministério Público da Bahia; Comitê Paulistano Contra a Transposição; Pastoral da Juventude do Meio Popular; Conlutas; Diretório Central dos Estudantes de Minas Gerais; Consulta Popular; Conselho dos Religiosos do Brasil (CRB); representantes de comunidades indígenas – Pipipã, Truká e Tupã, quilombolas, vazanteiros, geraiseiras, catingueiras e pescadores, entre outras.


 


 


Contatos:


Coordenação/ Assessoria


Ruben Siqueira (CPT) – (71) 92086548


Derli Casali (MPA) – (87) 96332267


Eldo (MAB) – (74) 91258050


 


Comunicação:

Clarice Maia – (71) 92369841

Fonte: CPT
Share this: