19/02/2008

Invasão de Terra Indígena

Centenas de pessoas invadiram a aldeia Itaho, na terra indígena Alto Rio Guamá, do Povo Tembé, no Pará. Os invasores chegaram ao local ao meio dia de domingo (17) e permaneceram até a tarde de hoje (19). Alguns Tembé de outras aldeias entraram na floresta para chegar até a comunidade e dar apoio aos parentes sitiados pelos invasores.


 


Esta não é primeira vez que a terra dos Tembé é invadida por posseiros. As ações são motivadas por políticos e madeireiros locais, que têm interesses de manter atividades madeireiras e a exploração dos recursos naturais em parte da área.


 


A Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Polícia Federal foram informados da situação, mas não foi possível confirmar a presença dos órgãos no local.


 


No início da tarde de hoje, os invasores fizeram 10 indígenas reféns na aldeia Itahur. Mais no final da tarde, eles fugiram para a vila Livramento, próxima ao município de Garrafão do Norte levando o filho de seu Joca, liderança Tembé, e um funcionário não-índio que trabalha no Pólo de Saúde da aldeia. O Ministério Público Federal vai acompanhar a ação da Polícia Federal e do Batalhão de Choque que se deslocam para a região ainda esta noite a fim de negociar a libertação dos dois reféns.


 


A Reserva Alto Rio Guamá foi homologada em 1996 com 279 mil hectares, entre os rios Guamá e Gurupi, na fronteira com o Maranhão. Nela vivem cerca de 1000 indígenas. Apesar da terra indígena ter sido reconhecida, os índios ainda não puderam ter a posse exclusiva dela, pois está constantemente invadida por posseiros e madeireiros.


 


Havia um planejamento de retirada dos posseiros, mas por falta de recursos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e da Funai ele não foi concluído. A paralisação das ações de retirada motivam novas invasões.


 


Com informações do Cimi – Norte II

Fonte: Cimi - Norte II
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