Ato Público em Minas Gerais
“A impunidade alimenta a violência, o povo Xakriabá clama por Justiça”
Aconteceu na quinta-feira, 27 de setembro, às 19h30min, um ato público na cidade de Januária, Minas Gerais. O povo Xakriabá, juntamente com entidades e movimentos sociais da região, caminhou pelas ruas da cidade. O cacique Domingos Nunes de Oliveira denunciou a situação de violência que o povo Xakriabá vem sofrendo ao longo dos anos, relembrou do assassinato de seu pai Rosalino Gomes de Oliveira ocorrido em 12 de fevereiro de 2007.
Há 20 anos o povo Xakriabá travava uma intensa luta na região pela demarcação do seu território, onde Rosalino Gomes de Oliveira, Manoel Fiúza e José Santana foram assassinados.
O cacique reforçou o pedido às autoridades de uma investigação mais aprofundada sobre os motivos do assassinato de Avelino Nunes de Macedo, lembrou que novamente o povo Xakriabá está em processo de retomada de seu território e que esta nova onda de violência contra o seu povo pode ter outras motivações pois Avelino estava diretamente ligado às ações de reivindicação do povo Xakriabá pela ampliação do seu território.
Hoje o povo Xakriabá ocupa apenas um teço do seu território, o restante da terra continua sobre o domínio de fazendeiros. O assassinato de Avelino está inserido neste contexto de luta do povo Xakriabá pela garantia dos seus direitos, sendo a terra a principal reivindicação no momento.
A situação é preocupante, outras lideranças do povo Xakriabá vêm sendo ameaçadas. A preocupação é evitar que fatos como estes continuem acontecendo.
Irmãos da vítima estiveram presentes ao ato público exigindo a condenação dos acusados. Recentemente, o laudo pericial afirmou que a causa da morte do Xakriabá foi traumatismo craniano, contrariando o depoimento dos acusados que relataram ter dado apenas uma rasteira em Avelino e que não tinham a intenção de matá-lo.
Durante o ato, o Cacique Domingos Nunes de Oliveira apresentou algumas reivindicações do povo Xakriabá:
– Condenação dos acusados do assassinato de Avelino Nunes de Macedo;
– Ampliação do território Xakriabá;
– Intervenção urgente da Funai nos processos possessórios impetrados pelos fazendeiros contra o povo Xakriabá;
– Intervenção da Polícia Federal no processo do assassinato de Avelino Nunes de Macedo;
– Realização de audiência pública para discutir a situação do povo Xakriabá;
Pela comissão em defesa da luta dos Povos Excluídos/as:
Povo Xakriabá – CIMI – Cáritas Diocesana de Januária – CPT – CAA/NM – CEFET – CEIVA – Unimontes – Comissão de Direitos Humanos – Pastoral da Juventude – Congregação das Irmãs da Divina Providência – Congregação das Irmãs Paroquiais de São Francisco.