11/09/2007

Tupinambá retomam terra na Bahia e denunciam crime ambiental

Cerca de 20 famílias Tupinambá de Olivença lideradas por Renildo dos Santos e Valdenilson Oliveira e contando com o apoio do cacique Alicio Amaral ocuparam hoje, 12 de setembro, a Fazenda Santa Luzia de aproximadamente 100 ha, na região do Acuípe do Meio.


Por volta das cinco horas da manhã, cerca de 80 índios Tupinambá ocuparam a fazenda Santa Luzia, de propriedade de César Pitanga, residente em Salvador. O local da ocupação fica na divisa dos municípios de Ilhéus e Una, quilômetro 34 da Rodovia Ilhéus – Una, a cerca de 460 km de Salvador. Segundo informação das lideranças indígenas a fazenda de produção de coco e seringa encontra-se totalmente abandonada e vinha sofrendo agressões ambientais.


Segundo nota divulgada pelos Tupinambá, a reivindicação das lideranças indígenas é a imediata demarcação de suas terras. Eles alegam a que a falta de agilidade da Funai no processo de delimitação de seu território tem causado transtornos as famílias que sentem necessidade de trabalhar, mas não tem a terra. Denunciam também a situação por que passa a Administração Regional da Funai em Ilhéus.


Outro motivo agravante denunciado no documento dos índios é crescimento do desmatamento ambiental no Rio Acuípe e nos manguezais que é uma fonte de sustentação de muitas famílias indígenas.


Vale lembrar que no último dia 23 de agosto os índios Tupinambá liderados pela cacique Valdelice Amaral ocuparam a Fazenda Itapoã de 250 hectares a cerca de 30 km de Ilhéus, que esta sob a tutela do Banco do Brasil e denunciaram que funcionários do Hotel Canabrava utilizavam a área para depositarem lixo, causando degradação na área e isto causou imensa revolta na comunidade Tupinambá. As lideranças afirmaram que moveram cerca de três ações contra o IBAMA acusando-o de negligência e total descaso. Hoje cerca de 150 famílias ocupam a fazenda Itapoã.


Na nota das lideranças, o Cacique Alicio do Amaral afirma que “A única forma de o governo nos ouvir é ocupando o território que é nosso. Precisamos levantar a luta pela terra, precisamos plantar para alimentar nosso filhos e preservar nossa cultura, vamos cuidar melhor do lugar que nos dá o alimento”.


 

Fonte: Cimi - equipe Itabuna
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