02/08/2007

Movimento indígena perde uma liderança no Amazonas

 


Aos 47 anos de idade, faleceu, em 30 de julho, indígena Sateré Mawé Zenilda da Silva Vilaça, coordenadora geral da Associação das Mulheres Indígenas Sateré Mawé, com sede em Manaus. Desde o final dos anos 80, Zenilda era uma das mais ativas lideranças daquele povo, tendo participado de inúmeras ações do movimento indígena, inclusive na criação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – Coiab.


Em 1969, Zenilda Vilaça saiu da comunidade de Ponta Alegre, no rio Andirá, município de Barreirinha – distante de Manaus cerca de 250 quilômetros . Com os parentes, sobrevivia na cidade fabricando e vendendo artesanato. Ali ela casou-se, teve três filhos. Separou-se depois de alguns anos e retornou à sua comunidade. Mas não passou muito tempo até ela retornar à capital.



Ela era sobrinha de Dico Sateré, líder que teve grande destaque no início dos anos 80 quando denunciou as ações ilegais da empresa multinacional francesa Elf Equitaine. A empresa fazia prospecção de petróleo na área e havia deixado inúmeros artefatos espalhados pela terra dos Sateré Mawé. A luta rendeu uma indenização aos indígenas na época.



No fim da década de 80, ela tomou parte,  juntamente com outros Sateré Mawé que moravam na cidade, da luta do movimento indígena pela demarcação das terras indígenas. Essa luta ganhou ímpeto com o surgimento de várias organizações indígenas que têm até hoje como principal elo de convergência a Coiab.



Zenilda participou da criação de várias organizações indígenas, especialmente a Associação das Mulheres Indígenas Sateré Mawé, da qual era coordenadora geral. Esteve presente também em vários eventos regionais, nacionais e internacionais, tendo viajado por vários estados brasileiros e por outros países.

Fonte: Cimi Norte 1
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