São Francisco: Para acampados, reunião dos governadores pode provocar reflexão sobre a obra
Reunião de governadores
Segundo informações da assessoria de comunicação do governo pernambucano – divulgada no site oficial -, os governadores de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte (Eduardo Campos, Cássio Cunha Lima e Wilma Faria) se reunirão em Recife, hoje (02). O encontro acontece em caráter de urgência e servirá para tratar das manifestações contra o projeto de transposição, como a que acontece na tomada de água do eixo norte.
A coordenação do acampamento acredita que a reunião poderá provocar uma reflexão sobre as mobilizações contrárias ao projeto e a forma impositiva como este tem sido colocado, inclusive com a utilização do exército. Espera-se que os representantes estaduais contribuam na manutenção do caráter pacífico da manifestação em Cabrobó (PE). Além disso, que estimule o debate público sobre os verdadeiros beneficiados pela obra.
Sem notificação
Mesmo com a expedição da liminar de reintegração de posse da área, pelo juiz da 20ª Vara Federal, Georgius Luís Argentini Principe Credidio, ainda não houve a notificação pelo oficial de justiça. As organizações sociais, movimentos populares, povos e comunidades tradicionais decidiram só determinar qualquer ação de resistência após analisar os termos do documento. Todavia, a terra continua sendo preparada para o cultivo de alimentos e os trabalhadores continuam a levantar casas de barro em regime de mutirão.
Cresce o número de indígenas no acampamento
Grupos de manifestantes começaram hoje a se revezar com outros grupos e aumenta o número de índios Trukás na área ocupada. Os indígenas fazem uma retomada das terras da fazenda Toco Preto e Mãe Rosa que, segundo as lideranças, deveriam ter sido anexadas ao território há mais de 10 anos, quando teve início a demarcação da área.
Segundo a coordenação do acampamento, cresce a quantidade de pessoas e organizações que querem participar ou fazer algum tipo de doação para a manutenção da infra-estrutura.
Atividades final de semana
Durante o sábado (30) os acampados se dividiram entre o mutirão para construção de casas e preparo da terra para a agricultura e uma manifestação.
Cerca de 800 pessoas, entre acampados e indígenas de povos daquela região, participaram de passeata, celebração, almoço coletivo e toré para marcar dois anos do assassinato de dois índios Truká, pai e filho, por policiais militares. Os policiais, até hoje, não foram nem mesmo julgados. Um grande Toré – dança ritual dos povos do Nordeste – foi realizado durante a madrugada do dia 1 de julho. Indígenas e acampados dançaram e cantaram toda a madrugada ao som de maracás e iluminados por uma grande fogueira.
Revezamento
Alguns grupos que participaram da ocupação e montagem do acampamento retornaram para suas regiões, enquanto novas caravanas começam a chegar para reforçar a resistência na área, dar continuidade às atividades de preparação da terra e levantamento dos abrigos que devem alojar as famílias indígenas.
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