19/12/2006

Nota da CNBB sobre o aumento do salário dos parlamentares

“O que devemos fazer?”


 


Na missa do próximo domingo, ouviremos esta pergunta a João Batista preparando os caminhos para o nascimento de Jesus Cristo. Esta questão era levantada pelo povo que o seguia, pelos líderes da justiça do seu tempo, pelos que mantinham o poder: o que devemos fazer? João Batista respondia com simplicidade oferecendo critérios éticos de ação para a  defesa da dignidade da pessoa humana: a partilha, a justiça e o poder como serviço.


 


Como nos colocar diante do fato chocante do aumento de salário que os parlamentares  decretaram para eles mesmos? O que devemos  fazer?


 


Esta decisão dos membros do Parlamento leva a crescer o fosso entre os legisladores e o povo. Acontece que eles foram eleitos pelo povo para o poder-serviço. Um salário de R$ 24.500,00, diante do salário mínimo de apenas R$ 350,00, sinaliza mais interesses particulares do que a defesa da justiça ou gesto de partilha em solidariedade à população empobrecida.  O que devemos fazer hoje?


 


O fato do aumento do salário dos parlamentares nos convoca a um empenho ainda maior para uma urgente Reforma Política. Precisamos de instrumentos legais para inibir decisões como esta que obscurecem a dignidade da política.


 


 


Pedimos neste Natal a luz de Cristo para o nosso País, para a nossa democracia.


 


Brasília, 15 de dezembro de 2006.


 


Cardeal Geraldo Majella Agnelo


Arcebispo de São Salvador da Bahia


Presidente da CNBB


 

Fonte: CNBB
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