Índios apreendem carregamento de madeira
Os Apolima-Arara, da terra indígena Arara do Amônia, apreenderam neste sábado por volta das 11:00 h. um carregamento de madeira que estava sendo retirada da terra indígena. O problema da retirada de madeira, por não-índios, é antigo e providências não são tomadas. Recentemente os mesmos Apolima-Arara detiveram dois funcionários do Instituto do Meio Ambiente do Acre – Imac que estavam autorizando a retirada de madeira. O resultado da ação dos índios foi a publicação de um ato normativo conjunto entre o Ibama e o Imac suspendendo a retirada de madeira. A determinação do ato normativo, porém, nunca foi cumprida, pois, as autorizações para a retirada de madeira continuaram sendo fornecidas.
Desta vez os Apolima-Arara apreenderam um barco, que transportava a madeira e que pertencia a um comerciante da cidade de Marechal Thaumaturgo conhecido por Xicó. A madeira estava sendo transportada para o Sr. Francisco Firmino Bezerra, dono de uma pequena empresa. Funcionários que realizavam o transporte da madeira afirmam que possuíam autorização do Ibama. O clima na região voltou a ficar tenso e tanto os índios quanto os não-índios estão apreensivos.
Os índios decidiram não liberar nem a madeira e nem o barco até que a Funai e o Ibama apresentem uma solução definitiva para o problema. Afirmam ainda que novas apreensões serão feitas pois, não admitem que o Ibama continue autorizando a retirada de madeira de uma terra indígena, ainda que não demarcada.
Os Apolima-Arara lutam pela demarcação de sua terra desde 1999 e têm enfrentado diversas dificuldades inclusive várias ameaças de morte contra suas lideranças. Atualmente desenvolvem uma campanha nacional pela demarcação de sua terra e estão colhendo assinaturas em um abaixo-assinado que será entregue ao Ministro da Justiça e ao presidente da Funai. Enquanto isso, esperam que cessem as ameaças, as retiradas de madeira, as invasões, o desmatamento irregular e a caça predatória.