27/10/2006

Caso Cañas: testemunhas que ajudaram a identificar o réu serão ouvidas hoje

Prossegue hoje, 27, o julgamento de um dos seis acusados pela morte de Vicente Cañas Costa, missionário do Cimi, assassinado em 1987, por causa de seu trabalho em defesa do povo Enawenê-Nawê, no Mato Grosso.


 


Um júri popular de sete pessoas deverá avaliar se Ronaldo Antônio Osmar, ex-delegado da cidade de Juína, foi mesmo intermediário entre os fazendeiros mandantes do crime e os pistoleiros contratados para realizá-lo.


 


Adalberto e Paulo Tompeba, ambos do povo Rikbatsa, últimas testemunhas da acusação, serão interrogadas hoje. Foi por meio deles que a acusação chegou a Ronaldo. Em situações distintas, eles ouviram relatos semelhantes sobre a circunstância do assassinato de Cañas.


 


Além dele, serão ouvidas as quatro testemunhas da defesa. A previsão é de que o julgamento termine na madrugada de amanhã.


 


Ontem foram interrogados o ex-deputado federal, Gilney Viana, que acompanhou o caso quando participava, na década de 90, da comissão de Direitos Humanos da Câmara do Deputados; e Cláudio Comte, da Opan, que também acompanhou o início do  processo.


 


O missionário do Cimi, Sebastião Moreira, também foi ouvido ontem. Ele fez parte do grupo que encontrou o corpo de Cañas, cerca de 40 dias após o crime. 


 


O julgamento tem sido acompanhado por dezenas de pessoas, sobretudo de representantes de entidades indigenistas ou pastorais.


 


Dois julgamentos


 


Havia seis acusados pelo assassinato de Cañas. Dois deles faleceram e dois tiveram o crime prescrito por terem chegado aos 70 anos de idade. Os outros dois passarão por júri popular.


 


Através de recurso previsto na legislação processual, a defesa fez com que se desmembrasse o julgamento dos dois acusados pelo assassinato que têm menos de 70 anos. Ambos os réus serão julgados com a acusação de homicídio duplamente qualificado, mediante pagamento e em emboscada.


 


A data para o julgamento do outro réu, José Vicente da Silva, será definida até o fim do julgamento de Ronaldo. A previsão é de que ele ocorra a partir do dia 6 de novembro.


 


O julgamento acontece 19 anos depois do assassinato do missionário jesuíta, a menos de um ano da prescrição do caso.


 


Priscila D. de Carvalho


Cimi – Assessoria de Comunicação


(61) 2106 1650/ 9979 6912


 

Fonte: Cimi - Assessoria de Imprensa
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