Povo Wayoro pede agilidade na demarcação de sua terra
Entre 30 de agosto e 1º de setembro de 2006, aconteceu a III Assembléia Indígena do Povo Wayoro, com a participação dos povos Arikapu e Sakirabiat, no distrito de Porto Rolim de Moura do Guaporé, em Alta Floresta D’Oeste, Rondônia. Também estiveram presentes representantes do Ministério Público de Porto Velho, da Funai, do Cimi e do Comin.
No início da Assembléia, seu Casemiro Wayoro falou sobre a história recente do povo. Eles foram expulsos de suas terras em 1982 e 1983. Sofreram ameaças de morte se não saíssem da terra, ocupada pela fazenda Fortuna, que pertencia a Renato Ferraz Camargo – um dos proprietários da Empreiteira Camargo Correia. Segundo Casemiro, no final de 2004 esta terra foi vendida ao Ivo Cassol, governador do estado que cercou toda a terra e está abrindo estrada e pastagem, destruindo os vestígios de presença dos Wayoro no território.
Em 2005, a partir das reivindicações do povo Wayoro dirigidas à Funai e ao Ministério Público Federal, a Procuradoria da República de Rondônia formou uma comissão interinstitucional, que visitou o território indicado pelos Wayoro, como sendo seu território tradicional. O trabalho foi realizado pela Funai, Ibama, Incra, Polícia Federal, Procuradoria da República e lideranças indígenas. Deste trabalho resultou a elaboração de um mapa da terra reivindicada pelos Wayoro.
Em relação a este o processo, a Assembléia solicitou, via ofício, do Procurador da República em Porto Velho, Reginaldo Pereira Trindade, que ele cobre a criação do grupo de trabalho da FUNAI para estudo da identificação de regularização da terra indígena Wajuru, uma vez o estudo preliminar já foi realizado.
Na Assembléia, também se discutiu os problemas em relação à ausência de atendimento médico. Uma das principais questões é a ausência de tratamento, por conta da falta de carteira de identificação indígena. Para tentar resolver esta questão, a assembléia enviou um ofício ao administrador da Funai de Porto Velho, Rômulo Siqueira de Sá, solicitando o envio urgente de uma equipe de trabalho para fazer a carteira de identidade indígena dos povos Wajuru e Sakyrabiat, moradores em Porto Rolim de Moura. Também solicitaram ao coordenador da Funasa em Rondônia, Josafá Piauí Marreiro, que o atendimento de saúde aos povos que vivem no município comece imediatamente, antes mesmo das carteiras ficarem prontas.