Cimi lança relatório de violência contra povos indígenas
Na próxima terça-feira, 30 de maio, às 14 horas, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) realiza entrevista coletiva para o lançamento da publicação “Relatório de Violência Contra os povos Indígenas no Brasil”, com dados sobre violências relacionadas aos povos autóctones no período entre 2003 e 2005. Estarão presentes os bispos D. Odilo Scherer, Secretário Geral da CNBB, e D. Tomaz Balduino, Lucia Helena Rangel, antropóloga da PUC-SP e organizadora do relatório, Tim Cahill, pesquisador sobre o Brasil da Anistia International, e Saulo Feitosa, vice-presidente do Cimi. A coletiva terá também a presença de indígenas. O evento será realizado na sede da CNBB (SE/SUL, Quadra 801, Conjunto B – Brasília – DF).
A publicação aborda violências decorrentes de conflitos relativos a direitos territoriais, entre elas conflitos relacionados à terra. Foram contabilizados 26 desses conflitos em 2003, 41 em 2004 e 32 até a metade de 2005. Os casos de invasões, exploração ilegal de recursos naturais e danos ao patrimônio contabilizados foram 11 em 2003, 9 em 2004 e 17 só no primeiro semestre de 2005. O atraso nos processos de demarcação foi constatado em todas as etapas do processo de demarcação de terras. Nos últimos três anos, houve homologações que levaram mais de um ano para serem assinadas. Outras 27 terras terminaram 2005 sem sair do Ministério da Justiça.
O capítulo final do relatório apresenta dados sobre ameaças a povos indígenas isolados e de pouco contato. Dos 60 povos isolados de que se tem noticia no Brasil, pelo menos 17 correm serio risco de morte e até de extinção.
Entre as violências contra indígenas estão assassinatos de indígenas, ameaças de morte, racismo e discriminações raciais, étnicas e culturais.
Outro tema abordado pelo relatório são as violências provocadas por omissões do poder público. Entre elas, estão levantamentos de casos de suicídio, mortes por desassistência à saúde, mortalidade infantil, mortes de crianças por desnutrição, disseminação de bebidas alcoólicas e desassistência na área de educação escolar indígena.