Povo Oro Wari´ ocupa sede da Funai de Guajará-Mirim
Mais de 120 pessoas do povo Oro Wari´ (Pakaa Nova), vindos das terras indígenas Lage, Ribeirão, Pacaas Novos e Sagarana, dos municípios de Nova Mamoré e de Guajará-Mirim (RO), ocupam desde sexta-feira passado, dia 27 de janeiro, a sede da Funai de Guajará-Mirim. Eles estão revoltados com o grave acidente acontecido no dia 25 de janeiro que resultou na morte de seis de seus parentes e deixou 17 feridos. O caminhão fretado pela Funai capotou carregando na carroceria sacos de castanha e em cima da carga 25 pessoas.
Os Oro Wari´ reivindicam a prisão imediata do motorista Jéferson Alves Cabral, que não possui carteira de habilitação e estava sob efeito de bebida alcoólica. As lideranças responsabilizam o administrador da Funai de Guajará-Mirim, o Sr. Dídimo Graciliano de Oliveira, que em 30 anos de administração é conhecedor da situação e até hoje não adquiriu transporte adequado.
As lideranças exigem a exoneração do administrador e de toda a sua equipe. O atual administrador também é acusado de encobrir abusos de funcionários da Funai com bebida, mulheres indígenas, roubo de madeira e descaso no atendimento na sede da Funai.
Os Oro Wari’ reivindicam ainda a presença do presidente da Funai, exigem a nomeação de um novo administrador indicado por eles, assim como a aquisição de transporte para viajar com segurança até a cidade e comercializar seus produtos: caminhões, ônibus e barcos. As lideranças estão aguardando a vinda de mais pessoas das aldeias e garantem que só deixam a sede da Funai depois de terem as suas reivindicações atendidas. Vários setores da sociedade estão manifestando o seu apoio.
Guajará-Mirim (RO), 29 de janeiro de 2005.
Cimi Regional Rondônia – Equipe Guajará-Mirim