26/12/2005

Secretário Especial de Direitos Humanos vai até o local do assassinato de líder indígena, no MS

Foi sepultado no dia de ontem, domingo de Natal, às 14 horas, o líder indígena Dorvalino Rocha, 39 anos, assassinado covardemente por pistoleiros contratados por fazendeiros invasores da terra indígena Nhanderu Marangatu.


 


Dorvalino teve sua sepultura ao lado de outro líder indígena, Dom Quitito, que também lutou pela recuperação do território tradicional e faleceu em Porto Seguro, Bahia, no mês de abril do ano 2.000, durante a Conferência Indígena, que reuniu mais de 3.600 lideranças de todo o país. Próximo a ambos, repousa Marçal Tupã-Y, um dos primeiros a lutar pelo território, também assassinado por pistoleiros, em 1983. Marçal teve audiência com o Papa João Paulo II, em Manaus, durante sua primeira visita ao Brasil, quando expôs a luta indígena pela recuperação de suas terras.


 


Durante o sepultamento, toda a comunidade de 732 indígenas Kaiowá Guarani, emocionada, realizou seus rituais e reafirmou, apesar de tanta dor e perda,  seu objetivo de voltar a sua terra tradicional, já demarcada e homologada, mas da qual foram injustamente expulsos por determinação do presidente do STF, Nelson Jobim, que manteve suspensa  a demarcação da área indígena.


 


Amanhã, dia 27 de janeiro, segue para a região o novo Secretário Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, para conhecer in loco a situação e expor, com sua presença, a preocupação do governo federal com o conflito ali instalado.


 


Está prevista uma coletiva de imprensa com o Secretário Especial de Direitos Humanos durante sua passagem pelo Mato Grosso do Sul.


 


Brasília, 26 de dezembro de 2005.


 


Cimi – Conselho Indigenista Missionário


 

Fonte: Cimi
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