14/12/2005
Cerca de 200 policiais federais estão na cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul, para a ação de despejo dos indígenas da terra Nhande Ru Marangatu, município de Antônio João, além de policiais militares que também estão na região.
A apreensão no local é grande. Em carta datada de 8 de dezembro, a comunidade que vive em Nhanderu Marangatu prometeu resistir a desocupação de sua terra até a morte. “Estão enganada a autoridade que pensou que nós iremos nos entregaremos a eles como uma ovelha…Resistiremos até o último fôlego da nossa vida”, afirma a carta.
A terra Nhande Ru Marangatu foi homologada em 29 de março. O decreto assinado pelo Presidente da República garantiria aos Guarani-Kaiowá a permanência em seu território tradicional, mas uma decisão liminar pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Min. Nelson Jobim, atendendo a pedido de fazendeiros invasores de terras indígenas no Mato Grosso do Sul, suspendeu os efeitos da homologação da terra indígena Ñande Ru Marangatu..
Nhande Ru Marangatu foi demarcada em outubro de 2004 com uma extensão total de 9.316 hectares. No mesmo mês, os Guarani-Kaiowá da região, que até então viviam em 26 hectares de terra, retomaram cerca de 500 hectares de suas terras tradicionais.
Inconformados com o reconhecimento das terras como sendo de ocupação tradicional indígena, alguns fazendeiros iniciaram uma disputa judicial que levou à iminência de ações de despejo dos indígenas de suas terras demarcadas.
Na terra retomada, os Guarani-Kaiowá de Ñande Ru Marangatu, puderam voltar a produzir alimentos para subsistência, como mandioca, feijão, milho, batata, arroz, banana.