Indígenas desocupam sede da Funasa por 10 dias
Na manhã de hoje 5 de dezembro, em audiência de conciliação e justificação, na 1ª Vara da Justiça Federal de Roraima, líderes indígenas dos Distritos Sanitários Leste e Yanomami, e a Advocacia Geral da União – AGU, chegaram a um acordo para a desocupação da sede Fundação Nacional de Saúde – Funasa, por 10 dias, prazo para que as reivindicações sejam atendidas.
A Advocacia Geral da União reconheceu a legitimidade das manifestações das comunidades para melhorar a saúde nas aldeias, mas argumentou no pedido de reintegração de posse que o fechamento da instituição ocasionaria mais demora na solução dos problemas apresentados.
Em nome de todos os ocupantes, a comissão formada por Peri Yanomami, Valdeci Wai Wai, Gerson Ingarikó, Severino Macuxi e Luciana Lima decidiu aceitar a proposta de acordo. A advogada do Conselho Indígena de Roraima – CIR, Dra. Joênia Wapichana, foi quem representou os indígenas na audiência.
Peri Yanomami foi bastante contundente ao afirmar ao juiz que indígenas de todas as comunidades dos Distritos Sanitários Leste e Yanomami, não estão apenas preocupados com o repasse de verbas para as instituições conveniadas da Funasa, mas com normalização da assistência nas aldeias.
Mesmo com a desocupação, a comissão de líderes indígenas pretende reforçar, no período de 10 dias, as manifestações contrárias a efetivação do médico Ramiro Texeira, no cargo de coordenador regional da Funasa.
A sede da Funasa estava ocupada há uma semana pelos indígenas da etnia Yanomami. Na sexta-feira passada, representantes dos povos Macuxi, Ingarikó, Wapichana, Taurepang, Patamona e Wai Wai reforçaram a manifestação.