Presos 20 invasores de terra onde vive povo sem contato
Acusados de genocídio, grilagem de terras indígena e formação de quadrilha, 20 pessoas foram presas, ontem (dia 29) em Mato Grosso, pela Polícia Federal do estado. Os mandados de prisão foram emitidos pelo juiz federal Julier Sebastião da Silva.
Ao grupo pertencem políticos, empresários, madeireiros e grileiros que montaram um esquema que há mais de cinco anos explora ilegalmente 53 mil hectares da terra indígena do povo sem contato, conhecido como Tupi Kawahib, norte do Mato Grosso, próximo ao Rio Pardo.
Entre as pessoas presas estão o Secretário de Habitação de Cuiabá, Oscar Martins, e o presidente da Associação de Produtores Rurais de Colniza (APRC), Claudinei Corrêa de Almeida. APRC foi denunciada por estar fazendo a grilagem da terra indígena.
O Ministério Público Federal afirma que as ações eras organizadas com objetivo de expulsar os Tupi Kawahib tem como objetivo, senão o extermínio, ao menos causar grave lesão à integridade mental e física em membros do grupo étnico, situação definida pela lei nº 2889 de 1956 como enquadrada no crime de genocídio.
Segundo as investigações da Polícia Federal, a APRC o arrecadava dinheiro para contratar homens para dividir a terra em lotes de 499 hectares e destruir as provas da ocupação indígena procurando provar que ali não vivia o povo Tupi Kawahib.