Dez indígenas jurados de morte em Grajaú, no Maranhão
Participaram da violenta ação contra o povo Guajajara 10 homens fortemente armados. No entanto, somente Milton Alves, conhecido como Milton Careca, está preso. Durante a invasão à aldeia, casas foram queimadas, o indígena Wilson Araújo foi ferido com um tiro na cabeça e D.S., uma jovem de 16 anos, foi estuprada. Ambas as vítimas são filhos do cacique João Araújo. O clima permanece tenso na região. Além das lideranças Guajara, missionárias do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também foram perseguidas e ameaçadas pelos homens que atentaram contra a vida dos indígenas. Eles continuam livres. Diversas pastorais sociais das Igreja Católica, movimentos sociais e defensores dos direitos humanos estarão reunidos a partir de hoje na cidade de Imperatriz para participar da 4ª Semana Social da CNBB. Amanhã, bispos irão posicionar-se contra a violência que os povos indígenas vêm sofrendo em todo estado do Maranhão. Para o evento está confirmada a presença do Bispo de Balsas (MA) e presidente do Cimi, Dom Franco Masserdotti. A violência é utilizada por grupos que exploram de forma irregular carvão, eucalipto e soja nas terras Cana Brava e Bacurizinho, do povo Guajajara, no município de Grajaú. As ameaças têm o intuito de forçar os indígenas a desistirem do processo de revisão dos limites da área, que foi homologada na década de 1980, mas deixou cerca de 62 mil hectares de terra indígena fora da homologação. O território dos Guajajara em Grajaú é dividido em duas terras (Cana Brava e Bacurizinho), separadas por uma estrada, a BR 226. Com a construção da rodovia, a terra indígena Cana Brava sofreu forte impacto social, o que levou à prostituição e aumentou os índices de violência na terra. (Cristiano Navarro, de Imperatriz, MA)
Os motivos das ameaças