Vimos publicamente denunciar as ameaças contra a vida da Professora Pierlângela Nascimento da Cunha, Coordenadora Geral da Organização dos Professores Indígenas de Roraima (OPIR), e do Professor Telmo Ribeiro Paulino, Coordenador do Centro de Formação Makuxi Região Baixo Cotingo, na T.I. Raposa Serra do Sol.

 

Por meio de várias ligações anônimas, realizadas no dia e na noite dos dias 20 e 21 de abril de 2005, ameaçaram a vida de pessoas que lutam pela melhoria da educação e pelo resguardo dos direitos dos povos indígenas.

 

Condenamos veementemente essas agressões covardes contra a integridade física e psicológica que afeta a famílias inteiras. Essa atitude antidemocrática, que promove o terror contra cidadãos comprometidos com a melhoria das condições de vida dos povos indígenas, é uma ação desproporcional e sem fundamentos, que quer promover o caos e a desobediência civil em Roraima contra a decisão do Governo Federal de Homologar a Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

 

Estas ameaças se somam as já feitas contra o Prof. Fabio Almeida de Carvalho, Coordenador do Núcleo Insikiran de Formação Superior Indígena que no dia 19 de abril, foi atacado com uma bomba incendiária, às 03h00 da madrugada, que tentou queimar seu carro e sua casa. Posteriormente, recebeu diversas ligações anônimas ameaçando sua família.

 

Repudiamos a falta de segurança no Estado para quem sofre este tipo de agressão e a falta de compromisso das autoridades constituídas legalmente para cuidar e proteger os cidadãos brasileiros contra criminosos que promovem o terrorismo e a violência.

 

Exigimos que as autoridades protejam nossos companheiros e suas famílias, responsabilizando-se pela segurança de nossas lideranças e suas famílias.

 

Vimos, desta forma, condenar as agressões e as ameaças covardes, bem como todo tipo de violência às pessoas que defendem a melhoria da educação e que querem ver as crianças, jovens e adultos indígenas construindo um futuro novo, cheio de esperança e de vida.

 

Ressaltamos que estas ameaças não intimidam a quem tem convicção de que atua na defesa legítima e legal de seus direitos ancestrais. Os povos indígenas vêm lutando a mais de 500 anos pela defesa de seus territórios e sua cultura e não serão estas ameaças traiçoeiras que deterão o curso da história.

 

Boa Vista – Roraima, 22 de abril de 2005.

 

Organização dos Professores Indígenas de Roraima / OPIR

Núcleo Insikiran de Formação Superior Indígena / UFRR