Semana dos Povos Indígenas
De 18 a 22 de abril, debates, mobilizações e atividades culturais ligadas aos povos indígenas acontecerão em capitais como São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Manaus, Cuiabá, Boa Vista e Maceió. Haverá atividades também em cidades do interior, a exemplo do município de Pau Brasil, na Bahia.
Políticas públicas, participação indígena na definição das políticas indigenistas e terras são os temas centrais desta Semana dos Povos Indígenas.
Em São Paulo, SP, está prevista uma confraternização das comunidades indígenas da cidade dos povos Pankararu, Pankararé, Fulni-ô, Atikum, Kariri-Xokó, Potiguara, Terena, Kaingang, Xavante. O evento terá apresentações de danças tradicionais e acontecerá na favela do Real Parque, no Centro de Cultura Casulo (Rua Paulo Bourroul, 181) das 10 às 16h.
Em Manaus, Amazonas, capital brasileira com a maior população indígena (são 20 mil indígenas de 16 povos), está prevista uma audiência com o prefeito de Manaus, Serafim Fernandes Côrrea, às 8h00, quando será entregue uma carta com reivindicações dos índios nas áreas de saúde, educação, moradia e trabalho.
Ao longo do dia, a programação terá uma caminhada pela cidade, exposições e manifestações culturais, que ocorrem na praça da Saudade a partir das 8h30. O término das manifestações contará com um ato-show na praça Tenrreiro Aranha, previsto para as 19h.
Em Cuiabá, Mato Grosso, autoridades, lideranças do movimento indígena e apoiadores da causa estarão reunidos para um ciclo de debates, que acontece nos dias 18, 19 e 20, no Sesc Arsenal.
Estarão em pauta para debates as principais reivindicações do movimento indígena: participação indígena na política indigenista, demarcação e defesa das terras indígenas e o acesso a uma Educação Escolar de qualidade, específica e diferenciada.
Entre os debatedores o Márcio Tomás Bastos – Ministro da Justiça, Drª Débora Duprat- Sub-Procuradora da República, Dr. Artur Mendes – diretor de Assuntos Fundiários da Funai, Dr. Mário Lúcio de Avelar – procurador da República em Mato Grosso, Dr. Paulo Machado Guimarães – Assessor Jurídico do CIMI, Jecinaldo Barbosa Sateré Mawé – da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), e lideranças indígenas de vários povos do Estado de Mato Grosso.
A programação conta ainda com exibições de vídeos, fotografias, artesanatos e lançamentos de livros que abordam a temática indígena. As atividades estão abertas para alunos, professores e população em geral.
Em Salvador, Bahia, a principal atividade, o seminário “Presença, Resistência e Perspectivas”, reunirá cerca de 150 lideranças indígenas de 13 povos para fortalecer o movimento indígena na Bahia. Este evento, no entanto, acontecerá na semana seguinte à Semana dos Povos Indígenas, entre 26 e 28 de abril.
Saúde, educação, produção e segurança alimentar, direitos indígenas e meio ambiente estarão em debate. No tema de meio ambiente, alguns dos desafios que os indígenas enfrentam diariamente, como as plantações de eucalipto, o turismo em terras indígenas, a construção de barragens, extração mineral, monoculturas e o projeto de transposição do Rio São Francisco.
O seminário é uma iniciativa conjunta da Apoinme (Associação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo0, do Cimi e da Anai – Associação Nacional de Ação Indigenista.
Também na Bahia, nos municípios de Pau Brasil, Itajú do Colônia e Camacan, a comunidade Pataxó Hã-Hã-Hãe está desenvolvendo desde o dia 11 deste mês a campanha “Índio quer Paz”,que visa reverter o quadro de violência e preconceito criado ao longo dos anos contra o povo Pataxó Hã-Hã-Hãe e o clima de tensão estabelecido em toda esta região devido aos conflitos pela disputa da área Caramuru- Catarina- Paragussu.
Com atividades culturais e intercâmbios entre escolas destes municípios, as atividades estão criando um dialogo intercultural com mais de 10 mil alunos, visando uma nova consciência de respeito, não discriminação e não violência. Os diálogos com prefeitos, secretarias de educação dos municípios, Policia Militar e Civil e outros segmentos da sociedade civil organizada destes municípios, intermediada pelo Ministério Público da Bahia, culminará com a assinatura de uma carta compromisso pela Paz, a ser feita no dia 19 de abril.
A programação do dia 19 começa com manifestações na aldeia Caramuru, apresentação do toré, plantio de mudas de Pau Brasil como símbolo do compromisso pela paz, e uma degustação da culinária indígena. A partir das 14h00, haverá concentração na Praça Marechal Costa e Silva (praça da feira) para a passeata que termina em frente ao Centro Administrativo onde será assinada a Carta Compromisso pela Paz e outra muda de Pau Brasil será plantada.
Em Boa Vista, Roraima, o seminário “Nunca mais Roraima sem os povos indígenas” acontece dia 20 de abril, no auditório da Universidade Federal de Roraima, das 8h30 às 17 horas. Apresentação de mitos, vídeos e debates fazem parte da programação.
O evento começa com o Ritual do Maruai, no qual se faz a defumação do ambiente. A partir das 9h00, será realizada a palestra Índios na Cidade e seus Desafios, com Vicente de Paulo Joaquim (Chefe do IBGE Roraima) e Elaine Lauriola (Antropóloca UFRR)
Às 14h30 haverá a palestra Situação Fundiária Indígena na Terra de Makumaima, com o Prof. Dr. Erwin Frank, seguida por outro debate, chamado de O Meio Ambiente Indígena na Amazônia: oportunidade e realidade de Makunaima, com o Dr. Vincenzo Lauriola
Às 19h30, haverá um show com artistas indígenas e participação de Jataí D’Albuquerque e Neuber Uchoa.
Em Belo Horizonte, Minas Gerais, estão programados debates, audiência pública e manifestações culturais de 16 a 21 de abril. Para o dia 19, as atividades previstas são uma audiência na Assembléia Legislativa do estado às 9h30, com o Conselho dos Povos Indígenas de Minas Gerais e, à tarde, uma caminhada pelo centro da capital mineira.
Nos dias 17, 18, 20 e 21, no Maista Hall, acontece o evento “Encantar com a Paz”, onde serão debatidos temas como o papel do estado e as obrigações constitucionais na vida das comunidades indígenas e a conjuntura da política indigenista, com indígenas, os administradores da Funai e da Funasa em Minas Gerais e o procurador da República no estado.
Em Maceió, Alagoas, o curso de teologia da Faculdade Casa de Teologia inicia amanhã uma série de diálogos que tratarão da história dos povos indígenas no estado.
O primeiro tema em debate será o extermínio do povo Caeté e a atuação de Dom Sardinha neste processo. Estarão presentes 40 lideranças indígenas Karapotó, que darão seus depoimentos sobre a realidade indígena em Alagoas. O evento será encerrado com a apresentação do Toré.
Contatos:
Alagoas, Maceió
(82) 8801 3677 – Jorge Vieira
Amazonas, Manaus
(92) 232 4758 Pastoral Indígena de Manaus
9973 0476 – Ana Delia
9184 6639 – J. Rosha
Brasília
(61) 322 7582/ 99796912 – Priscila D. Carvalho
Mato Grosso, Cuiabá
(65) 621 2985 – Sebastião Moreira
Minas Gerais, Belo Horizonte
(31) 3481 1181 – Sumário Santana
Roraima, Boa Vista
(95) 2245761 – Andre Vasconcelos
São Paulo, SP
(11) 37585577/ 81567367 com Dora
(11) 3825 9569 – Benedito Prezia