07/01/2005

Maxakali

































POVO
MAXAKALI


Outras denominações:
TIKMŨ’ŨN (auto-denominação)


Outras grafias:
Machacari, Maxakuri, Machacaris, Machaculis, Machacalis, Majacarís, Majacalís e Machacarys (por Guimarães, Navarro de Campos, Ayres Cazal, Von Neuwied, Teófilo Otoni, Martius, Saint Hilaire, Phol)


Língua:


Tronco Lingüístico:


Macro-Jê


Família lingüística:


Maxakali


Língua materna:


Maxakali


Línguas faladas:


Maxakali e Português


População:


No Estado:


1.468


Total:


1.468


Localização:


Terra Indígena:


Maxakali


 


Estado:


Minas Gerais


Município:


Bertópolis


Santa Helena


Ladainha


Teofilo Otoni


 


Regional e/ou Equipe do Cimi que presta acompanhamento:


Cimi Regional Leste – e-mail: [email protected]
/ Cimi – Equipe Maxakali: [email protected]


Breve histórico:


O povo se auto-denomina TIKMŨ’ŨN, que significa “NÓS HUMANOS”. Também são conhecidos pela sociedade regional como o “Povo do Canto” por causa da força do seu canto durante os seus rituais religiosos, que atravessam as noites. Assim, através dos diversos cantos, o povo mantêm sua cultura e mundo mítico. Pertencem à mesma família lingüística os povos Malali, Makuni, Monoxó, Kumanaxó, Kotaxó, Pañame (grupos hoje considerados extintos) e os Pataxó. O povo Maxakali é caracterizado pela sua grande resistência histórica e contemporânea na preservação da sua cultura, língua e religião, guiados pelos seus espíritos sagrados, os Yãmĩn.


O território dos Maxakali, um povo tradicionalmente seminômade, caçador e coletor, estendeu-se pelos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, no sul da Bahia e nordeste de Minas Gerais.  Com a chegada dos europeus no litoral brasileiro e as frentes de colonização que adentraram o território mineiro, os Maxakali sofreram um processo de expulsão que os obrigou a se esconderem na região do Vale do Mucuri. Mesmo nesse território sofreram vários tipos de violência, tiveram suas terras roubadas e devastadas com a introdução do capim colonião por funcionários do antigo órgão indigenista governamental, Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Contudo após muita luta, sangue e mobilizações, os Maxakali conseguiram a demarcação do seu território. Hoje a área Maxakali demarcada (5.293 hectares) está localizada na área rural dos municípios de Bertópolis e Santa Helena de Minas (respectivamente as aldeias de Pradinho e Água Boa), MG, Brasil, na cabeceira do rio Umburanas, afluente do rio Itanhém. Mais recentemente a distribuição geográfica populacional dos Maxakali aumentou no Vale do Mucuri com a ocupação de duas novas áreas nos municípios de Ladainha (reserva indígena) e Campanário. Sua população atual total é de aproximadamente 1.468 pessoas, sendo a maioria jovens e crianças.


Sua economia é voltada para a produção de pequenas roças de subsistência, artesanatos e recebem recursos de programas e/ou benefícios governamentais. Vendem ou trocam seus produtos por outros alimentos nas feiras das cidades vizinhas. Continuam lutando por melhores condições de vida e estão engajados no processo de preservação e recuperação ambiental do seu território, reconstruindo o seu mundo simbólico e religioso.


Apesar de já ter a área demarcada de 5.293 hectares, o rápido crescimento populacional dos Maxakali nas últimas décadas (a saber, na década de 1940 a população Maxakali ficou reduzida a 59 pessoas) tem gerado uma situação de confinamento do povo. Sendo assim, existe a necessidade de revisão dos limites do território indígena Maxakali.

Fonte: Cimi - Setor de Documentação
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