Júri Popular absolve acusado pelo assassinato de Suruí Yaminé. MPF vai recorrer
No último dia 9, um Júri Popular absolveu um dos acusados pelo assassinato do cacique Yaminé Suruí , que foi morto a tiros em 16 de outubro de 1988, dentro da terra indígena Zoró, no município Aripuanã, no Mato Grosso, perto da divisa com Rondônia. Yaminé, que na época tinha 70 anos, foi esquartejado e queimado por pistoleiros. O Ministério Público Federal deverá recorrer no Tribunal Regional Federal, pedindo o cancelamento da sentença por erro de julgamento, com o argumento de que a decisão do Júri foi contrária às provas apresentadas no processo. Estava sendo julgado Sebastião Gonçalves Bastos, de 60 anos. Segundo denúncias dos Zoró e da Funai na época do crime, 20 homens participaram do assassinato. Seis deles foram denunciados, dois faleceram e 4 foram presos. Este foi o primeiro acusado julgado. Os outros três acusados estariam foragidos, mas vivendo na região. Em 1988, na região onde ocorreu o assassinato, os maiores conflitos se deviam à retirada de madeiras e à grilagem de terras indígenas. De acordo com a indigenista Maria Inês Hargreaves, que acompanhou o julgamento, há erros desde o início do processo. O laudo de morte de Suruí Yaminé, por exemplo, atesta que não foi possível determinar a causa da morte. Segundo o site 24 horas news, de Cuiabá, MT, não houve materialidade do crime porque nenhum laudo provou que o corpo carbonizado encontrado mais tarde realmente era o de Yaminerá Suruí. A indigenista conta que foi forte a indignação e o sentimento de injustiça que ficaram entre os Suruí, que também assistiram ao julgamento. Os índios voltaram para Rondônia no memso ônibus em que estava o acusado.