20/07/2004

I Fórum Social das Américas

Quito, 25 a 30 de julho de 2004


Novas Américas florescerão


Das raízes mais profundas da Abya Yala,


Haverão de surgir e se insurgir,


Multidões, de milhares de povos,


Com as bandeiras da igualdade,


E do direito à diferença,


Com a esperança e sabedoria adelante,


A bravura guerreira e a ternura inquebrantável!


Mais de 700 entidades já confirmaram sua presença no 1º Fórum Social das Américas. Este será sem dúvida um reencontro do continente consigo, com suas raízes mais profundas e com sua sina de espaço de construção de novos modelos para a humanidade.


Conforme a convocatória, este será “um espaço de encontro para o debate e a celebração de nossa diversidade e nossas lutas…”, será igualmente um momento de “partilhar a riqueza cultural e a diversidade do continente, com especial reconhecimento à presença e vitalidade dos povos indígenas e afrodescendentes…”. Será uma oportunidade ímpar para “avançar na construção coletiva de alternativas e estratégias frente à globalização neoliberal e ao militarismo”.


Irão convergir para Quito não apenas as atenções dos mais diversos setores de todos os países do continente, mas também de diversas partes do mundo que vêem com muita expectativa e esperança os avanços que poderão emergir desse grande encontro de povos cheios de vontade de contribuir na construção dessa “outra América possível e necessária”. Este Fórum estará sendo precedido do 2º Encontro Continental dos Povos Indígenas das Américas, onde com certeza irão irromper águas fecundas para novos projetos políticos, sociais e econômicos, a partir das raízes de Abya Yala, Ameríndia.


Os eixos temáticos serão: a ordem econômica; a face violenta do projeto neoliberal; poder, democracia e Estado; Culturas e Comunicação; Povos Indígenas e afrodescendentes.


No eixo povos indígenas e afrodescendentes serão debatidos, aprofundados e traçados estratégias com relação a:


– Territórios e autonomia;


– Diversidade e pluralidade cultural;


– Conhecimentos e propriedade intelectual;


– Democracia e direitos coletivos;


– Estado e direitos frente aos povos indígenas e afrodescendentes;


– Soberanias, institucionalidade e sistemas de representação;


– Concepções e práticas de economia indígena e afro, e suas contribuições para uma economia alternativa;


– Como construir sociedades pluriculturais, diversas e igualitárias?


– Propostas alternativas de povos indígenas e afrodescendentes ante a globalização.


Em cada um desses temas existem inúmeras atividades e eventos promovidos pelas instituições da sociedade civil dos diversos países.


Este será mais um grande acontecimento de passar o continente a limpo, e buscar novas saídas, assim como aconteceu por ocasião dos 500 anos da chegada dos europeus nas Américas. Novamente os movimentos sociais estarão juntando suas experiências, resistência, projetos de futuro na partilha, celebração, debates, manifestações ante o avanço avassalador da globalização neoliberal e a destruição dos povos, culturas e da biodiversidade.


Inúmeras atividades artísticas e culturais dos diferentes povos estão previstas para acontecerem em Quito nestes próximos dias. Uma nova vida estará pulsando e sendo alimentada desde o alto do território dos povos indígenas  do altiplano.


Manaus, julho 2004.


Egon D. Heck
Cimi Norte 1

Fonte: Cimi
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