I Fórum Social das Américas
Quito, 25 a 30 de julho de 2004
Novas Américas florescerão
Das raízes mais profundas da Abya Yala,
Haverão de surgir e se insurgir,
Multidões, de milhares de povos,
Com as bandeiras da igualdade,
E do direito à diferença,
Com a esperança e sabedoria adelante,
A bravura guerreira e a ternura inquebrantável!
Mais de 700 entidades já confirmaram sua presença no 1º Fórum Social das Américas. Este será sem dúvida um reencontro do continente consigo, com suas raízes mais profundas e com sua sina de espaço de construção de novos modelos para a humanidade.
Conforme a convocatória, este será “um espaço de encontro para o debate e a celebração de nossa diversidade e nossas lutas…”, será igualmente um momento de “partilhar a riqueza cultural e a diversidade do continente, com especial reconhecimento à presença e vitalidade dos povos indígenas e afrodescendentes…”. Será uma oportunidade ímpar para “avançar na construção coletiva de alternativas e estratégias frente à globalização neoliberal e ao militarismo”.
Os eixos temáticos serão: a ordem econômica; a face violenta do projeto neoliberal; poder, democracia e Estado; Culturas e Comunicação; Povos Indígenas e afrodescendentes.
No eixo povos indígenas e afrodescendentes serão debatidos, aprofundados e traçados estratégias com relação a:
– Territórios e autonomia;
– Diversidade e pluralidade cultural;
– Conhecimentos e propriedade intelectual;
– Democracia e direitos coletivos;
– Estado e direitos frente aos povos indígenas e afrodescendentes;
– Soberanias, institucionalidade e sistemas de representação;
– Concepções e práticas de economia indígena e afro, e suas contribuições para uma economia alternativa;
– Como construir sociedades pluriculturais, diversas e igualitárias?
– Propostas alternativas de povos indígenas e afrodescendentes ante a globalização.
Em cada um desses temas existem inúmeras atividades e eventos promovidos pelas instituições da sociedade civil dos diversos países.
Este será mais um grande acontecimento de passar o continente a limpo, e buscar novas saídas, assim como aconteceu por ocasião dos 500 anos da chegada dos europeus nas Américas. Novamente os movimentos sociais estarão juntando suas experiências, resistência, projetos de futuro na partilha, celebração, debates, manifestações ante o avanço avassalador da globalização neoliberal e a destruição dos povos, culturas e da biodiversidade.
Inúmeras atividades artísticas e culturais dos diferentes povos estão previstas para acontecerem em Quito nestes próximos dias. Uma nova vida estará pulsando e sendo alimentada desde o alto do território dos povos indígenas do altiplano.
Manaus, julho 2004.
Egon D. Heck
Cimi Norte 1