08/07/2004

Nota de Solidariedade

A sociedade civil organizada de Roraima, preocupada com os últimos acontecimentos envolvendo arrozeiros e comunidade indígena, manifesta solidariedade aos povos da Raposa Serra do Sol e firme apoio à sua decisão de denunciar e combater o avanço da degradação ambiental que vem envenenando rios e igarapés da região pelo uso indiscriminado de agrotóxicos utilizados nas lavouras de arroz irrigado. Água é fonte de vida!


Igualmente manifestamos repúdio pela forma como os inimigos dos povos indígenas, movidos por interesses pessoais vêm agindo em Roraima, incitando à violência, distorcendo fatos e levantando calúnias com o objetivo de manipular a população tentando convencê-la de que o que é bom para os bolsos de alguns, também é bom para o povo.


Denunciamos que seqüestro, cárcere privado, tortura física e psicológica são crimes, diante dos quais, as autoridades devem agir com firmeza e prontidão. Crimes estes que ameaçam a democracia e fortalecem a impunidade que o povo quer ver varrida de nosso estado. 


Nos declaramos a favor da homologação em área contínua da Raposa Serra do Sol, pois reconhecemos não apenas o direito dos povos indígenas às terras que tradicionalmente ocupam e a luta pacífica e perseverante de um povo por seu futuro, mas principalmente, o respeito aos direitos humanos constitucionais conquistados em conjunto pela sociedade brasileira.


Apelamos ao povo de Roraima que não aceite mais uma incitação ao confronto e diga não à impunidade, que impede o desenvolvimento regional e a construção de um futuro de paz e justiça.


 


“Só depois que a última árvore for derrubada,o último peixe for morto,


o último rio envenenado, o homem irá perceber que dinheiro não se come!”


 Pensamento indígena





Assinam:


Movimento Nós Existimos, Talher Roraima, Central Única dos Trabalhadores (CUT-RR), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Núcleo de Mulheres de Roraima (NUMUR) Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários (SEEB), Sindicato dos Servidores do Poder Juduciário, Poder Legislativo, do Ministério Público e do Tribunal de Contas de Roraima (SINTJURR), Sindicato dos Trabalhadores de Saúde de Roraima (SINTRAS), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Sindicato dos Servidores Públicos (SINDSEP), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caracaraí (STTR/C), SITRAM, Movimento Ind. Dos Trabalhadores em Educação, Escola Calunga/CESC, Instituto Missões Consolata, Diocese de Roraima, Conselho Indígena de Roraima (CIR), Centro Diocesano de Direitos Humanos (CDDH), Pastoral Indigenista, Pastoral Urbana, e Movimento Negro de Roraima.

Fonte: CIR - Conselho Indígena de Roraima
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