31/07/2024

Indígenas Guarani e Kaiowá viajam para falar a Lula sobre retomadas e conseguem audiência em Brasília

Pela manhã a informação era a de que Lula apenas receberia um documento, mas abriu momento de diálogo com os indígenas

Por Assessoria de Comunicação – Cimi

Texto atualizado às 19h30 desta quarta-feira (31)

Representantes Guarani e Kaiowá devem se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, em Brasília. A agenda foi definida como resultado de um momento de diálogo entre quatro lideranças do povo com o próprio presidente nesta quarta-feira (31), em Corumbá, região pantaneira do Mato Grosso do Sul. Uma delegação Guarani e Kaiowá partiu das retomadas de Douradina para falar ao presidente. 

Pela manhã a informação era a de que os indígenas apenas entregariam um documento com reivindicações a Lula. Houve protesto por parte dos indígenas. Contudo, tendo ao lado o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Luiz Eloy Terena, o presidente ouviu os quatro representantes Guarani e Kaiowá, que reafirmaram pontos expressos no documento entregue.    

Os indígenas reafirmaram que só aceitam a demarcação conforme o previsto pela Constituição Federal e que a compra de terras deve se restringir como alternativa aos ocupantes dos territórios tradicionais. Se mostraram dispostos a ir a Brasília para serem recebidos por Lula em conjunto com as demais instâncias do governo capazes de deliberar sobre as demandas territoriais, caso da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Ministério da Casa Civil e Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Secretário do MPI, Eloy Terena conversa com indígenas Guarani e Kaiowá durante visita do presidente Lula a Corumbá, região pantaneira do Mato Grosso do Sul. Foto: Geniniana Barbosa de Almeida/Aty Guasu

“O agronegócio está nos massacrando aqui no Mato Grosso do Sul. Quando voltamos para as nossas terras é porque não há outra saída. O que querem é exterminar o nosso povo, eles não têm mais coração”, relatou uma indígena Guarani e Kaiowá presente no local em que Lula iria embarcar para um sobrevoo sobre áreas do Pantanal afetadas pelos incêndios florestais. Com cartazes e em companhia de organizações dos movimentos sociais, os indígenas entoavam seus cantos e faziam as suas rezas.

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