04/09/2023

Em carta, Pastorais Sociais se solidarizam com o povo Kalankó, de Água Branca (AL)

Os indígenas Kalankó estão sofrendo ameaças e perseguições em decorrência do processo de demarcação e reconhecimento do território

Povo Kalankó sofre ameaças devido ao processo de reconhecimento e demarcação de seu território, em Água Branca (AL). Foto: Zennus Dynis

Por Assessoria de Comunicação do Cimi

Na manhã desta segunda-feira (4), as Pastorais Sociais, organismos aliados à causa indígena, publicaram uma carta de solidariedade ao povo Kalankó, do município de Água Branca (AL). Os indígenas estão sofrendo ameaças e perseguições em decorrência do processo de demarcação e reconhecimento do território.

“O processo de identificação do território Kalankó é necessário: é um passo importante na luta dos povos indígenas do sertão, pois há mais de 25 anos o povo Kalankó reivindica o reconhecimento de seu território, que é fundamental para continuidade de suas tradições, costumes e valores ancestrais”, diz um trecho da carta.

Confira o documento na íntegra.

Carta de Solidariedade ao Povo Kalankó

Nós, Pastorais Sociais, organismos aliados à causa indígena, expressamos nossa solidariedade ao povo indígena Kalankó, do município de Água Branca – Alagoas, que vem sofrendo ameaças e perseguições pelo direito garantido de terem seu território reconhecido.

O reconhecimento e identificação do território indígena é fonte de defesa da vida, de Justiça e paz social. Todos/as devem se sentir responsabilizados pelo Bem-Viver dos povos indígenas. É importante distinguir os fatos reais das inverdades divulgadas por pessoas e grupos contrários à unidade nacional. O processo de identificação do território Kalankó é necessário: é um passo importante na luta dos povos indígenas do sertão, pois há mais de 25 anos o povo Kalankó reivindica o reconhecimento de seu território, que é fundamental para continuidade de suas tradições, costumes e valores ancestrais.

Não há razão para clima de ódio e difusão de medo, repudiamos quaisquer formas de ameaças e violência. O Estado brasileiro se rege por uma ampla legislação democrática. Garantir que os povos originários tenham suas terras reconhecidas e demarcadas é um direito originário e constitucional. Por isso, manifestamos nosso pleno apoio aos Kalankó neste momento que as atividades do Grupo Técnico para demarcação do território reiniciam o processo de estudos do território Kalankó. Sigamos juntos pela defesa da vida e demarcação do território indígena do povo Kalankó. Não ao marco temporal!

Alagoas, 04 de setembro de 2023.

Conselho Indigenista Missionário – CIMI/NE

Comissão Pastoral da Terra – CPT

Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP

Fórum Cáritas Alagoas – CDPI, CAM e CDP.

Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB.

José Ivamilson Silva Barbalho. Coordenação do grupo de estudos em educação escolar indígena e quilombola, UFAL, campus do sertão.

 

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