19/09/2019

Somos chamados a ser sementes teimosas: a XXIII Assembleia Geral do Cimi diante da conjuntura política

A assembleia também foi eletiva para o novo Secretariado Nacional do Cimi, no período de 2019 a 2023

Da esquerda para a direita: dom Roque Paloschi, presidente do Cimi, Irmã Lúcia Gianesi, vice-presidente, e Antonio Eduardo Cerqueira de Oliveira, secretário-executivo do Cimi. Crédito da foto: Tiago Miotto/Cimi

Por Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira, secretário-executivo do Cimi

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) realizou a sua XXIII Assembleia Geral entre os dias 9 e 13 de setembro, no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia (GO). Durante os cinco dias de encontro, a nossa missionaridade esteve presente com todos e todas representantes dos regionais, e ainda com os delegados, vivendo intensamente a nossa história passada e presente. Um convívio fraterno, repleto de indignação com a conjuntura, e a certeza da nossa persistência e compromisso com a luta dos povos indígenas, das populações tradicionais e da vida. 

A assembleia teve como tema “Em defesa da Constituição: contra o roubo e a devastação dos territórios indígenas” e lema “Alto lá! Esta terra tem dono!”, grito que foi reafirmado pela presença das lideranças indígenas que, nos momentos de fala, trouxeram a luta dos seus territórios, suas angústias e esperanças. A Assembleia contou com a presença de convidados de várias organizações e movimentos sociais, congregações religiosas, bispos e em especial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se solidarizou e reafirmou o compromisso com a luta dos indígenas e com o Cimi. 

Nas mesas de aprofundamento dos temas, sobre a conjuntura política, a história da luta dos povos por terras no Brasil, até a atual constituição e a importância da realização do Sínodo Pan-Amazônico. A assembleia foi o momento de pensar, discutir e projetar as estratégias para se contrapor ao atual momento, contando com a contribuição dos indígenas e dos missionários e missionárias do Cimi. 

Somos todas e todos chamados, diante da conjuntura de destruição do país, que arde em fogo de queimadas, a ser “Sementes Teimosas” que brotarão em Vida Nova!

Ao final dos trabalhos, foram aprovadas as prioridades para o período de 2019 a 2023 com o nosso compromisso na luta por “Terra, Água e Território – A defesa da Constituição e dos direitos – Os indígenas em contexto Urbano”. As prioridades e estratégias foram concebidas a partir da análise de todo o contexto e cenário político-econômico que o país está passando de destruição da democracia, do Estado, da soberania e da natureza e todo seu meio ambiente. 

A assembleia também foi eletiva para o novo Secretariado Nacional do Cimi, no período de 2019 a 2023, sendo reeleito o presidente dom Roque Paloschi, eleita para vice-presidente Irmã Lúcia Gianesini e para secretário-executivo, Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira. A nova diretoria já foi empossada com as devidas e justas homenagens a Cleber Buzatto (secretário-executivo), Gilberto Vieira (secretário-administrativo) e Irmã Emília Altini (vice-presidente) e também a Marline Dassoler (da administração do jornal Porantim) e Eulália Ferreira (assessora do Secretariado), que durante os últimos 8 anos contribuíram determinante e positivamente na condução da direção do Cimi.

Concluída a assembleia, o Conselho Deliberativo do Cimi se reuniu e escolheu o ex-secretário executivo Cléber Buzatto para assumir a Secretaria Adjunta nos próximos dois anos, contribuindo com a transição para o novo Secretariado Nacional. Somos todas e todos chamados, diante da conjuntura de destruição do país, que arde em fogo de queimadas, a ser “Sementes Teimosas” que brotarão em Vida Nova!

Fonte: Secretariado Nacional - Cimi
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