Filme Taego Ãwa abre a III Assembleia dos Povos Indígenas de Goiás e Tocantins em Palmas-TO
Uma plateia de aproximadamente 600 indígenas vindos de diversas aldeias dos estados de Goiás e Tocantins poderão conferir o longa-metragem Taego Ãwa, filmado na Ilha do Bananal e arredores, na próxima terça-feira, 21 de junho, na UFT – Universidade Federal do Tocantins, na abertura da III Assembleia dos Povos Indígenas de Goiás e Tocantins, em Palmas -TO. Uma tenda armada especialmente para o evento receberá o público a partir das 19h30 horas. O encontro é organizado pelo Cimi – Conselho Indigenista Missionário.
No longa-metragem, o grupo Avá-Canoeiro do Araguaia narra sua trajetória de desterro e cativeiro em meio a luta por sua terra tradicional, Taego Ãwa, que aguardava demarcação do Ministério da Justiça desde 2012 e foi finalmente garantida pela presidenta Dilma Rousseff pouco antes de ser afastada de suas atividades no último dia 12 de abril de 2016. Nesse contexto político instável, o território sofre forte retaliação de latifundiários e posseiros, além de correr risco de ter sua portaria de demarcação cancelada pelos desmandos do governo ilegítimo de Michel Temer. Para debater a questão, a co-diretora do filme, Marcela Borela, estará presente na exibição, assim como a antropóloga Patrícia de Mendonça Rodrigues (responsável pelo relatório de demarcação da T.I.) e toda a família Avá-Canoeiro do Araguaia, incluindo o cacique Wapotxire Ãwa.
Mais de 40 anos depois do contato forçado feito pela Funai em 1973, a família Ãwa do Araguaia, guiada por Tutawa Tuagaèk Jamagaèk Ãwa, líder xamã falecido em junho de 2015, mostra no filme Taego Ãwa a força de sua comosvisão Tupi-Guarani. Na obra, dirigida e roteirizada pelos irmãos Henrique e Marcela Borela, os indígenas formulam um olhar crítico sobre o passado que se junta à luta pela terra e à afirmação da identidade Ãwa.
A partir de 5 fitas VHS encontradas no armário da Faculdade de Comunicação da UFG em 2003 e um conjunto de outros materiais de arquivo, a equipe do documentário foi ao encontro de Tutawa e sua família para criar uma narrativa inédita sobre a história do povo Tupi que mais bravamente resistiu a colonização do Brasil Central. No filme, os Avá-canoeiro do Araguaia falam pela primeira vez e abertamente sobre seu passado, presente e futuro. A obra foi realizada entre 2011 e 2015 pela Barroca e F64 filmes, produtoras de cinema de Goiânia, em parceria com a Associação do Povo Ãwa – APÃWA, da Cinemateca Brasileira, do NPD-GO – Núcleo de Produção Digital de Goiás, da Balaio Produções e da Ideia Produções.
Assembleia dos Povos Indígenas de Goiás e Tocantins 2016
Com o tema "Na defesa dos Direitos Constitucionais dos Povos Indígenas, resistimos e denunciamos os impactos do MATOPIBA nos territórios tradicionais", a III Assembleia dos povos indígenas dos estados de Goiás e Tocantins ocorre entre os dias 20 a 23 de junho, no Campus da Universidade Federal de Tocantins (UFT) em Palmas (TO).
A atividade contará com diversos debates sobre a situação atual dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, com especial enfoque nos impactos do MATOPIBA sobre os territórios e o bioma do Cerrado.
Taego Ãwa e o impacto do cinema independente
O filme Taego Ãwa (documentário, longa-metragem, 75’, Brasil, 2016) teve pré-estreia nacional em janeiro de 2016 na Mostra Aurora, principal vitrine do cinema brasileiro independente e parte da 19a Mostra de Cinema de Tiradentes. Teve pré-estreia internacional no 39o Cinéma du Réel em Paris, na França, mais antigo e tradicional festival de filmes documentários do continente europeu.
Além da exibição especial em Palmas -To na Assembleia dos Povos Indígenas do Tocantins e de Goiás em 21 de junho, o longa-metragem segue para o FINCAR – Festival Internacional de Cinema de Realizadoras, com exibição marcada para 8 de julho, no Cine São Luiz, em Recife – PE. Já tem pré-estreia programada em casa, na Cidade de Goiás, dentro do XVIII FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental, no qual o filme concorre a melhor longa-metragem pela Mostra Competitiva Internacional que acontece entre 16 e 21 de agosto. E, outra participação importante será na 32a Bienal Internacional de Arte de São Paulo, como parte de uma grande instalação audiovisual criada pelo projeto VNA – Vídeo nas Aldeias. A abertura a exposição está marcada para 10 de setembro em São Paulo.
O documentário Taego Ãwa tem direção de fotografia de Vinicius Berger, câmera adicional de Carlos Cipriano, som de Belém de Oliveira, montagem de Guile Martins, produção executiva de Belém de Oliveira e Marcela Borela, direção de produção de Camilla Margarida, produção de Carlos Cipriano, produção associada de Luana Otto, além de direção e roteiro de Henrique Borela e Marcela Borela. Foi viabilizado através do Edital de Fomento ao Documentário Brasileiro da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, Longa.Doc 2013.
Clique aqui para assistir ao trailer do filme.
Serviço:
Exibição “Taego Ãwa” na III Assembleia dos Povos Indígenas dos Estados de Goiás e Tocantins
(documentário, longa-metragem, 75’, Brasil, 2016)
Data: 21 de junho de 2016, terça-feira
Horário: 19:30h
Local: UFT – Universidade Federal do Tocantins PALMAS -TO
SINOPSE: 5 fitas VHS encontradas no armário de uma faculdade disparam o desejo desse filme. Anos depois, munidos de mais registros, vamos ao encontro dos Ãwa na Ilha do Bananal. Levamos conosco a memória do desterro ao qual foi exposto o povo Tui que mais resistiu à colonização no Brasil Central. As imagens foram vistas, sentidas e mais imagens surgiram desse encontro em meio à luta por Taego Ãwa.
FICHA TÉCNICA:
Roteiro e Direção: Henrique Borela e Marcela Borela
Direção de Fotografia: Vinicius Berger
Câmera Adicional: Carlos Cipriano
Som: Belém de Oliveira
Montagem: Guile Martins
Produção Executiva: Marcela Borela e Belém de Oliveira
Direção de Produção: Camilla Margarida
Produção: Carlos Cipriano
Produtoras responsáveis: Barroca e F64 Filmes
CONTATO:
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