04/12/2015

Movimentos sociais e comunidades tradicionais prestam solidariedade aos Gamela do Maranhão

Após os indígenas Gamela realizarem a retomada de parte de seu território tradicional, na última semana, no Maranhão, uma série de perseguições, ataques e intimidações tem ocorrido na região recém ocupada pelos indígenas. Na noite de terça-feira, pistoleiros atiraram contra o acampamento, causando desespero entre os indígenas, ainda que ninguém tenha ficado ferido.

Entre segunda e terça-feira, os indígenas do povo Gamela retomaram duas fazendas sobrepostas a seu território tradicional, as quais eles denunciam por grilagem, com a intenção de pressionar a Funai a abrir o processo para a demarcação de suas terras.

Há anos, os Gamela vem sofrendo com a grilagem e a destruição de árvores e plantas importantes para sua sobrevivência, como é o caso dos açaizais, e recentemente iniciaram um processo de luta pela recuperação de sua identidade e do seu território.

Frente a essa situação, diversos movimentos sociais, sindicais e comunidades tradicionais assinaram uma nota em solidariedade à luta dos Gamela. Na nota, mais de 85 povos, associações, movimentos e comunidades afirmam que “a retomada de parte do território tradicional é um ato insurgente, que mexe com grupos que historicamente dominaram e dominam o poder político e econômico naquela região”.

Os grupos que assinam a nota também repudiam as ações de retaliação iniciadas pelos fazendeiros das duas áreas retomadas, que incluem, além dos disparos já efetuados por pistoleiros, ameaças de morte, aliciamento de jovens com promessas irreais ou precárias de emprego nas cidades, desmatamento dos recursos naturais e destruição de espaços sagrados e simbólicos indispensáveis à sobrevivência física e cultural do povo.

Além disso, os povos e entidades que assinam a nota exigem da Funai a criação imediata de um grupo de trabalho para o estudo das terras Gamela e do governo do Maranhão, que garanta a segurança dos indígenas neste momento de tensão.

Amanhã, uma comitiva desses grupos vai visitar o acampamento da retomada, para prestar solidariedade aos indígenas e acompanhar de perto a situação dos Gamela.

Para ler a nota na íntegra, clique aqui.

Foto: Rosimeire Diniz/Cimi MA

Fonte: Assessoria de Comunicação do Cimi
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