29/11/2014

Em carta aberta, Conselho do Povo Terena reafirma que continuará na luta pelo território tradicional

Após retomar parte de seu território tradicional, que incide na Fazenda Maria do Carmo, na madrugada de sexta-feira (28), 200 indígenas Terena foram atacados por seguranças armados. Em carta aberta do Conselho Terena, os indígenas afirmam que, “enquanto o ministro da Justiça não assinar a portaria declaratória da terra, continuarão na retomada”.


Confira na íntegra o documento:


Enquanto o ministro da Justiça não assinar nossa portaria declaratória continuaremos retomando fazenda por fazenda que incide em nosso território e faremos a autodemarcação de nosso território tradicional.


Nós, Terena de Taunay/Ipegue reafirmamos que continuaremos retomando nosso território tradicional.


O processo demarcatório da Terra Indígena Taunay/Ipegue iniciou-se em 1985 e mesmo com o prazo esculpido na Constituição Federal de 1988, de cinco anos para concluir todas as demarcações, nossa terra não está demarcada.


Em 2010, a Justiça Federal suspendeu o processo demarcatório atendendo pedido dos fazendeiros. No entanto, em abril deste ano, essa decisão foi revogada e a sete meses estamos esperando o ministro da Justiça expedir nossa portaria declaratória.


Mesmo sem nenhum entrave jurídico o Estado brasileiro se nega a concluir a demarcação de nossa terra.


Diante disso, decidimos: Enquanto o ministro da Justiça não assinar nossa portaria declaratória continuaremos retomando fazenda por fazenda que incide em nosso território e faremos a autodemarcação de nosso território tradicional.

 

 

Taunay/Ipegue, 29 de novembro de 2014.

 

Conselho do Povo Terena

Povo Terena

Povo que se levanta!

 

Fonte: Conselho do Povo Terena
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