30/10/2014

Professores indígenas protestam em Brasília pela demarcação das terras e melhorias na educação

Após a presidenta reeleita, Dilma Rousseff, ter afirmado em carta que nada na Constituição será alterado com relação aos direitos dos indígenas, uma delegação composta por cerca de 100 professores e professoras indígenas, de mais de 50 povos de todo o Brasil, protocolaram na tarde de ontem (29), uma carta direcionada à presidência da República. No documento, os indígenas demandaram a implementação de seus direitos relativos à educação escolar e reivindicaram aceleração das demarcações que estão paralisadas no atual governo.

Confira aqui a carta dos professores direcionada à presidência

“Até hoje, a maioria das nossas terras não está demarcada e as que estão continuam sendo invadidas por traficantes de drogas e minérios. A maioria dos nossos povos deu um voto de confiança para Dilma, mas não vamos abrir mão dos nossos direitos”, afirmou o professor indígena Agnaldo Pataxó- Hã-Hã-Hãe.

Uma comissão foi recebida pela Secretaria-Geral da Presidência da República. Os indígenas reclamaram da infraestrutura precária nas escolas, da situação de interinidade dos professores, da ausência de material pedagógico bilíngue ou na língua indígena, da falta de controle social e do desrespeito à cultura e aos conhecimentos e saberes acumulados milenarmente. Os povos querem que suas especificidades e particularidades, enquanto povos indígenas, sejam contempladas em propostas educacionais diferenciadas, específicas e interculturais.

Do Palácio do Planalto, os indígenas seguiram para o Supremo Tribunal Federal (STF) onde pediram a nulidade de recentes decisões da 2° Turma referente às terras indígenas de Porquinhos (MA), do povo Canela/Apãniekra, e da Terra Indígena Guyraroká, do povo Guarani-Kaiowá (MS). Nos dois casos, atendendo a mandados de segurança impetrados por fazendeiros, os ministros do STF anularam as portarias declaratórias das respectivas terras.

No Supremo, um grupo se encontrou com o ministro, Celso de Mello, que segundo os indígenas foi bastante “receptivo e sensível” perante as decisões que prejudicam o reconhecimento das terras tradicionais. 

Confira aqui carta direcionada ao STF

 “O processo da Terra Indígena Guyraroká já tem 15 anos e sua anulação é a negativa dos nossos direitos e a continuidade da violência e miséria a que estão submetidos crianças, mulheres e velhos Guarani Kaiowá, há um século”, apontaram os professores indígenas em carta entregue no Supremo.

Os indígenas estão reunidos no 2° Encontro Nacional de Professores Indígenas que vai até esta sexta-feira, em Luziânia (GO).  

 

Fonte: Luana Luizy - Assessoria de Comunicação (Cimi)
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