Descaso na saúde indígena motiva protestos de indígenas na Assembleia Legislativa do Maranhão
Por Gilderlan Rodrigues da Silva,
Cimi Regional Maranhão
Mais de 60 indígenas do povo Tenetehara (ou Guajajara) da Terra Indígena Araribóia, região de Arame, Maranhão, chegaram nesta terça-feira,
A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) realiza o atendimento de forma precária nas aldeias, o que tem ocasionado a morte de indígenas. Um dos últimos casos envolveu Lurdinha Paulino Guajajara, de 13 anos. Grávida, a indígena faleceu no último dia 16 após durante o parto no hospital municipal de Arame.
Os indígenas estão denunciam que a morte de Lurdinha ocorreu por falta de assistência médica, que não acontece na cidade tampouco nas aldeias. Nas suas comunidades, conforme os indígenas, faltam medicamentos, médicos, estrutura nos postos de saúde, transporte para deslocar os pacientes e atender as demandas das comunidades.
Denunciam ainda que a equipe multidisciplinar realizou campanha de vacinação durante a noite. Para piorar, a enfermeira atua como médica e que o pré-natal não é feito nas aldeias razão pela qual o parto da indígena se complicou levando-a a morte.
Cansados de serem desrespeitados, os indígenas cobram melhor assistência em suas comunidades. A liderança indígena Paulo Gomes Guajajara relata, indignado, a situação de descaso vivenciada pelos indígenas entendendo que saúde diferenciada é um direito constitucional.
"Não podemos nos calar diante dos absurdos, do desrespeito e do descaso com a saúde indígena e da forma que somos tratados. Não somos ficção: somos seres humanos, somos povos e nações sujeitos de direitos inerentes às nossas diferenças e seremos implacáveis na luta pelo fortalecimento destes direitos", afirma.